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Mostrando postagens de setembro, 2012
Algum exercício para tirar a mente desse marasmo. Algum tempo que valha para tirar esse relógio do estorvo. Algum fruto que sirva de melhor alimento do que a maça oferecida pela serpente. Alguma metáfora que contribua para a sobrevivência diária. Alguma canção que exploda com gratidão o meu tímpano. Algum político que além de promessas ofereça a prática. Algum conteúdo que nos encha de satisfação ... e nos faça caminhar o mesmo trilho. Algum problema que nos desencaminhe para o lado errado. Algum acerto que se mostre errado para provar que o correto às vezes é um grande saco incômodo. Algum soco no rosto que ajude a melhorar essa cara. Algum provérbio que seja citado erroneamente e influencie todos os estudantes retardados. Algum administrador que provoque o caos em uma grande empresa. Algum capitalismo para ressaltar que o modelo socialista não deu certo. Algum socialismo que apresente ao capitalismo como se deve seguir o momento econômico. Alguma frase confusa que faça pensar. Alg...
A alma está meio grunge. Sei lá se acordou assim. Não lembro. O dia anterior foi de destruição, quando decretei o meu corpo em estado de calamidade pública. Agora, neste momento, se encontra fumando um cigarro, dedilhando uma guitarra desafinada e grunhidos milimetricamente desajeitados. O dia clareia. Um pássaro pousa na fiação elétrica enquanto o sol parece dizer, solitariamente: mais um dia vagabundo está surgindo. Aproveito o embalo e pego minha camisa xadrez de flanela que estava no criado mudo. Ela fede a maconha, incenso de Flor de Lótus e falsificação de Hugo Boss. Como não lembro se dormi, até que estou contente. Deixo de lado a guitarra e sigo até a cozinha preparar um café. Acendo o fogão com um Zippo que tem um adesivo do Pato Donald. Estranhamente, parece que ele está sorrindo para mim enquanto derramo pó de café no azulejo cinza. A água já fervendo e ouço: Bom dia! Caralho, tinha mais alguém neste apartamento? Eu trouxe alguém? Dormi com quem? Por que não lembro...
Eu quero ser o Mefisto para te satanizar. Quero beber o seu chorume para me santificar. Eu quero ser o seu Verlaine a disparar E vê-lo como Rimbaud aos poucos se fechar. Eu quero ser o Bucowski para te marginalizar. Quero ser a Julieta com o veneno a tomar. Eu quero ser o Catulo para em obra te eternizar. Quero como Polifemo em prados a chorar. Eu quero como Castela o seu corpo velar. Eu quero como Garcilaso em poemas te amar. Quero ser o São Francisco de Borja a abandonar Não assumindo a corte para se apaixonar. Eu quero me dar um tiro na têmpora Como Werther quando com Carlota Em nenhum momento pensou em se casar. Quero ser como Ana Karenina a abandonar O próprio filho para um dia se matar. Eu quero ser como Sandokan a lutar Pela pérola de Labuan a se entregar. Quero como Lancelot a se sacrificar Traindo o seu mentor para se casar. Quero como Robin Hood a raptar Para um dia com Lady Marian copular. Eu quero ser a Beatriz a resgatar ...