Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

quinta-feira, maio 29, 2014

A razão.

Qual eco atravessa o surdo coração da sua razão?
Em mesas digitais com três mesários é encontrado?
É preciso mais do que isso para prevalecer, você me diz.
Mas se contradiz quando derruba seu papel de bala no chão.

Você me quer mais educado em todas as situações
Só que não olha os miseráveis ao seu redor.
Fortalece alianças para celebrar os mais belos casamentos
E fornece tratamentos àqueles que não querem a cura.

A rua infestada destilada por certo o algo incerto
Porque bandeiras são levantadas todos os dias
E ninguém entende para qual norte são apontadas.

A senhora queria um lindo beijo no recém-nascido
Com câmeras registrando cada frame do ato
Por uma única razão?
Sim, emocionar o eco que atravessa surdo
O coração daqueles mesmos que batem a sua razão.

terça-feira, maio 13, 2014

Ego cego

Minhas velhas poesias
Embalam o narciso
Que rasteja
Em memórias digitais.
Um passado
Um tanto ultrapassado
É visto aqui
Numa noite
De delícias musicadas.
Entre saudosismo
E melodias
As horas vão acabando
Com mais lembranças
Que, como crianças,
Um dia cresceram.

Suspiro calmo
Com um sorriso trêmulo
E alimento o ego
Que hoje está cego. 

lsH




segunda-feira, maio 05, 2014

Mamãe e papai na sala, enquanto eu degustava um café, conversavam sobre o curso que ela está fazendo no Senac. Toda receosa, a mulher que me pôs no mundo relatava a ele a respeito do conteúdo da aula de hoje: alimentos. Uma professora, com base na internet, passou imagens de comida com pedaços de bichos, parafusos e camisinha, coisas que chamam a atenção, despertam a curiosidade e denigrem a imagem das marcas fabricantes desses produtos. Os casos mais frequentes, basta uma olhada rápida pela web, são do McDonalds. Sempre há pessoas que encontram vermes, fio de cabelo e insetos nos sanduíches da rede norte-americana. Minha mãe, durante a conversa, se pergunta: - será que são todos reais? Meu pai, pensativo, responde: - claro que não, algumas situações, com certeza, são forjadas. Ponto.
Nisso, ao engolir um saboroso pão caseiro com maionese Hellman`s, fiquei a refletir: como somos alvos fáceis das artimanhas da internet.
Ao assistir o filme Nóe, ontem, no único cinema que temos na região Sudoeste, uma passagem dizia: e Deus, ao sentir que faltava algo no mundo que edificou, fez a sua imagem e semelhança os seres humanos, que puseram tudo a perder pela ganância. Apesar de ser dirigido por um dos melhores cineastas da atualidade, Darren Aronofsky, o longa-metragem é meia boca. Mas acertou em cheio ao fazer os telespectadores pensarem sobre isso.
O mundo, sobretudo o nosso querido Brasil e seu povo, está cheio de ganância? Sim. E de justiça? Lógico. Porém, toda essa besteira de agir com as próprias mãos, com referência em informações do Facebook é justificável? O que é pior, pelo simples boato ou retrato falado infeliz de que uma mulher, confundida, poderia estar envolvida em sequestro de crianças para a realização de magia negra? Pode?
Fabiane Maria de Jesus, vítima de um espancamento coletivo, foi condenada pelas mesmas pessoas que acreditam que qualquer coisa postada em uma rede social é a verdade absoluta. Estamos no ápice da miséria informacional cibernética. Não temos mais fundo poço para chegar.
Mamãe e papai estavam corretos ao duvidar de tudo que é jogado na internet. Deus queria dizimar os homens pelo desenvolvimento da ganância quando pediu para Noé construir uma arca e Timothy John Berners-Lee, criador da internet como a conhecemos hoje, nem imaginava que o Facebook iria despertar o senso de justiça estapafúrdio nas pessoas que se deixam a crer em tudo. Que pena.