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Mamãe e papai na sala, enquanto eu degustava um café, conversavam sobre o curso que ela está fazendo no Senac. Toda receosa, a mulher que me pôs no mundo relatava a ele a respeito do conteúdo da aula de hoje: alimentos. Uma professora, com base na internet, passou imagens de comida com pedaços de bichos, parafusos e camisinha, coisas que chamam a atenção, despertam a curiosidade e denigrem a imagem das marcas fabricantes desses produtos. Os casos mais frequentes, basta uma olhada rápida pela web, são do McDonalds. Sempre há pessoas que encontram vermes, fio de cabelo e insetos nos sanduíches da rede norte-americana. Minha mãe, durante a conversa, se pergunta: - será que são todos reais? Meu pai, pensativo, responde: - claro que não, algumas situações, com certeza, são forjadas. Ponto.
Nisso, ao engolir um saboroso pão caseiro com maionese Hellman`s, fiquei a refletir: como somos alvos fáceis das artimanhas da internet.
Ao assistir o filme Nóe, ontem, no único cinema que temos na região Sudoeste, uma passagem dizia: e Deus, ao sentir que faltava algo no mundo que edificou, fez a sua imagem e semelhança os seres humanos, que puseram tudo a perder pela ganância. Apesar de ser dirigido por um dos melhores cineastas da atualidade, Darren Aronofsky, o longa-metragem é meia boca. Mas acertou em cheio ao fazer os telespectadores pensarem sobre isso.
O mundo, sobretudo o nosso querido Brasil e seu povo, está cheio de ganância? Sim. E de justiça? Lógico. Porém, toda essa besteira de agir com as próprias mãos, com referência em informações do Facebook é justificável? O que é pior, pelo simples boato ou retrato falado infeliz de que uma mulher, confundida, poderia estar envolvida em sequestro de crianças para a realização de magia negra? Pode?
Fabiane Maria de Jesus, vítima de um espancamento coletivo, foi condenada pelas mesmas pessoas que acreditam que qualquer coisa postada em uma rede social é a verdade absoluta. Estamos no ápice da miséria informacional cibernética. Não temos mais fundo poço para chegar.
Mamãe e papai estavam corretos ao duvidar de tudo que é jogado na internet. Deus queria dizimar os homens pelo desenvolvimento da ganância quando pediu para Noé construir uma arca e Timothy John Berners-Lee, criador da internet como a conhecemos hoje, nem imaginava que o Facebook iria despertar o senso de justiça estapafúrdio nas pessoas que se deixam a crer em tudo. Que pena.

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um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).

Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.