Alguém me disse que uma das melhores coisas para se esquecer um amor é escrevendo sobre ele, analisando os fatos. Não sei dizer se isso é verdade, mas sei que dói. Tenho quase 30 anos e já tive desilusões amorosas e confesso: as outras foram mais fáceis. Certa vez um amigo comentou que só existe um grande amor na vida. E eu passei a acreditar nisso.
Muitos profissionais dessa área, afinal, praticar o amor é viver em sofrimento e dedicação trabalhista, procuram no bar mais próximo o método para esquecer o momento do rompimento. Eu não tive essa oportunidade, pois o bar mais próximo era muito, mas muito longe. O detalhe é que o rompimento aconteceu na casa da pessoa que até então se declarava, que dizia: depois de tudo o que passamos, terminarmos seria um erro. Puta merda! Tem ideia de como me sinto quando lembro dessa frase? Quando isso acontece, logo me vem à cabeça os bens materiais. Por que gastei? Para que comprar um perfume tão caro? Para reconquistar? Sim, e olha no que deu. E a contemplação foi um belo par, que lateja perfeitamente quando lembro da sua boca. Ou da sua orelha, que não é mais minha.
Agora eu choro. Como eu chorei. Nem na morte dos meus avós eu sofri tanto. Sentia como se um garfo quente rasgasse meu peito bem devagar, enquanto era derramado um copo de vodca na ferida sangrenta. Eu jurei que gostaria de vingar com raiva, de sentir a raiva, mas sou muito tolo, muito gentil, muito idiota. Eu quero esquecer. Eu quero poder. Eu quero viver.