O amor é repleto de cagadas. Fétidas. O amor não cega, arranca as córneas. E os cornos. O amor é alimento de impropérios, de consequências desnecessárias. De dores. O amor é um estado imaginário que, quando acordado, se revela um abismo. O amor, do início ao fim, é chagas. É merda. O amor causa arrependimento. Se isso matasse, como diz o dito popular, muitos estariam vivos. Ou seja, óbvio, mata sim. Não disseram que o amor é cólera? É também sarampo, catapora, dengue, varicela, caxumba e hepatite. O amor é doença. Qual a razão de ficar sofrendo por ele? Qual o valor moral que isso causa no desempenho de viver? Qual o fruto que pode ser colhido? A maçã? Que se foda. O verdeiro amor é coisa morta, é Romeu e Julieta. O amor é podre.
Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.