Quando chega o amor, não se trata de prisão. Que me desculpem os poetas mais tristonhos, mas quando Ele chega é libertação. São os sorrisos prontos, soltos e leves de se encantar. É a música quando faz sentido junto ao ouvido. É lamento também, mas depois são dessabores jogados em lixo reciclável. Quando se tem é uma bobeira incrível. É beleza em cada detalhe, mesmo na feiura do concreto rabiscado pela pichação. É encontrar um desenho de coração onde, na verdade, é assinatura de uma gangue. É uma parede com garranchos ganhando arte aos olhos dos românticos. Quando se há, corpos desafiam a física e fazem duas massas caberem no mesmo espaço, reprimindo a lógica e espremendo os átomos. Não há porque se viver sem. E, parafraseando Nietzsche, sem o amor a vida não teria o menor cabimento. Quando se explode, não precisam existir os homens bombas e suas batalhas religiosas e territoriais em nome de seu deus. Mas algo tão simples e, ao mesmo tempo tão complexo de se sentir, é abafad...