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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

Coração Selvagem

Um coração selvagem arrebenta a alma de um poeta caído. A tristeza se esvai para outras redondezas. A vida ganha um novo sopro na descoberta acidental. A pureza já perdida percorre novamente pelos poros da satisfação. Os olhos se fecham para receber o carinho.  As mãos tocam lentamente o pulso de prazer.  A beleza antes não era percebida. Agora há a entrega do sentir. O vazio some como se estivesse escorrendo pelos dedos. A pele se encontra com a outra e não desiste. A cabeça  viaja em pensamentos recentes. Difícil acreditar que está acontecendo. Os lábios exploram o desconhecido. As outras experiências se dissipam. O caos do início vira compartilhamento. A sensação se torna troca. O carinho, perfeição. As pernas se enroscam. A respiração alcança o ápice. O deslize é frequente. O rápido fica lento. Os beijos, permanentes. A explosão chega logo. A luz penetra os olhos. O gemido, vocalização. E o final é um trejeito. Logo se separam para repousar. O explícito fica tímido. A...

Extirpe

Extirpando o desespero e concluindo o que estava certo,  Já que eu visualizei, mas não quis acreditar.  O sol vinga na cabeça, mesmo sendo a massa cinzenta.  Cristo ouviu,  Bukowski também.  Escutei ontem aquela música que eu preferia não ter composto.  Oposto que vomitada acabou.  Ou nem lembrança ficou.  Tudo bem,  O desgosto percebido eu estou defecando. Além disso, Ontem bateu novamente a latejante aflição. Procurei não ligar. Não liguei. Descarreguei na fúria de um roçar de coxas que explodiu em satisfação. Ufa! Achei que não conseguiria retornar àquele ninho. Consegui. Jorrei. E agora vou extirpando.

des(dia)

hoje é um daqueles dias que sozinha não me basto que meu peito grita teu abraço y penso comigo que hoje não vai dar hoje é um daqueles dias que tudo fica cinza y o mais leve respingo de cor me lembra a dor de não poder contigo compartilhar. é aquela hora que eu penso por que não me humilhar? aparecer na sua porta e te pedir para voltar. hoje nem era para ter sido hoje uma segunda 13 com cara de sexta que podia ter sido só 14 só pr'eu não lembrar que hoje é um daqueles dias que dá uma puta saudade de só te amar. me dá vontade de esquecer o caminho torto y errado que a gente pegou naquela encruzilhada enquanto os nossos berros se misturavam com um velho blues. então me enrosco me amarro firme nas linhas de mais uma triste poesia que lhe escrevo pra de mim te apagar. lola f. 2017

Querer aberto

Sacrifício coração, desperdício sentimental Fossa em catarse, vento diagonal. Lágrima em transe, perfeição arrebentada Crise de mentira, tira interrogada. Versos soltos, solturas involuntárias Velcro indefinido, beijo interrompido. Poluição amorosa, dengosa solitude Altitude interminável, queda paixonite. Verborrágico cantar, cheirada afetuosa Nariz em giz, pó destruído. Heroína nua, pelo em corpo. Olhos cerrados, coração em vida. Poesia fechada, querer aberto.

Os Olhos

Tenho olhos que atingem O aflito Eles se convergem No grito. Nas paralelas  O planalto é um salto Que no infinito Não encontra abrigo. Tenho olhos, que vertigem, No rito Ela se despede No ritmo. Das trocas de favores Que os senadores Pensam Que compreendem.

Criar

Um caso por acaso Causou um desabar. Fracasso em sentir Um bom gostar. Travado um soltar De sentimentos Repudiou o decepcionar. Abriu os olhos A falsa esperança de criar.
Hoje eu quero a calma. Quero os versos da Hilda Hilst embalados com jazz. Miles Davis e café preto. Desejo frases que me dilacerem, que me deliciem a boca como pera colhida madura, como vinho vagabundo comprado com trocados, como velho que consegue terminar a refeição. Eu quero os poemas mais absurdos do amor hiperbólico, das cantadas azedas e funcionais regadas a cerveja. Eu quero o sentimento em doses exageradas. Hoje eu quero sangrar os dedos numa corda de aço. Pegar o Sol sem Dó e concluir com Lá o seu Mi Maior. Quero dormir abraçado e quero ser ninado como o último coitado que derramou o sorrir em seu corpo. E, além de tudo, eu quero a calma em cama, com sua boa alma.