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Mostrando postagens de setembro, 2018

Indireta

Quando o sentimento explode, ocorre tudo. Sangue na parede, frases em catarse, hiperbólicas canastrices, dramas cavalares e falsidades não ensaiadas. Pode acontecer um teatro que chamam de ridículo ou incertezas em falas vagas. Mas é preciso ouvir sempre os dois lados.  Também há o universo umbigo, a centralidade da razão que nem certa é possível e tudo aquilo que se completa em achismos. Existe sim a falação de merda, mas até dela se extrai conteúdos. E é isso. lsH

Nosso Sangrento Amor

Eu faço seu ouvido sangrar Com as falácias profanadas Enquanto eu tenho o fálico Em vermelho no madrugar. Eu posto coisas em sua mente. Você diz que eu desvirtuo suas verdades. E eu respondo que deve ser por isso Que continua comigo. Mas no fim a gente ri, E aquilo que nos move É o sentimento que alimenta Mais um dia que promove. lsH
Às vezes precisamos de doses de loucura, de noites insones, de silêncio em meio a tanta porcaria que nos invade os olhos e ouvidos. É preciso sentir essa maluquice que bebemos e arrotamos em vida, porque nada levamos a não ser cada impressão digital na pele, cada história compartilhada, cada beijo alucinadamente dado. É necessário saber se ouvir, mesmo com tanto remédio controlado na mente.  É obrigatório saber amar desenfreadamente, sem dosar as consequências, mergulhando de  piruetas em pedras que nem sabemos se de fato são duras. É preciso sentimento real e muita coragem para estufar o peito e dizer tranquilamente: eu te amo. Às vezes não é preciso nem dizer com palavras, apenas transmitir em gestos simples, leves, carinhosos, generosos e deliciosos. Não é afoito sentir vergonha. É lindo quando se pode encontrar alguém e olhar nos olhos e repassar docemente o sentimento através da pupila, da íris, das pálpebras, do piscar, do brilhar. E, para tanto, é sim necessário uma boa...
Aguenta minhas bobagens, minhas asneiras, minhas tolices. Além, suporta os meus dedos, a minha boca e o roçar dos meus lábios. Empresta-me para filtrar a minha voz estriquinada, tratorizante e verbolatente. É desenhada exatamente à face. Nem mais, nem menos. A cantada breguíssima, como o profanador, foi sincera. Curti o riso, compartilhei o humor. Tem um algo a mais. Possui a característica certa. Arrepia-se. Não sei do que, não sei de que, não sei por quê. De desgraça, talvez. De aguentar. Enxergo errado. Sou míope. Meio surdo, também. A melhor orelha.
Meu escárnio escarrado Na carne cortada Que jorra sangue De álcool acumulado. O porco ali jogado É pútrido e carente De uma mente alucinada De uma época passada. Agora o bicho é outro E o processo necessário Pois eu quero novo gozo Sem memória maltrata.

Respirar

A mente quer E o corpo não Os poros pedem E os olhos murcham. Os pelos caem E a testa arde A tontura é explícita E a arte em vão. O pulso rompe E o grito surge O lobo rosna E a cabeça surta O remédio é hóstia E o real é réstia A rua convida E o coração detesta A respiração apita E a pele arrebenta. A pressão muda E os passos calam O cigarro amedronta E o pânico vem. Eu busco a fuga E saída não tem. lsh.