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Mostrando postagens de dezembro, 2021

Eu em Mim

Calmo, o alvo Ao meu conselho. Concreto O dia em concerto O seu conselho. Eu queria sempre assim Mas sei que nem sempre Encontro o eu em mim. Penso, Senso em número O útero que nasci. Sinto, O fruto que Não omito.  
Sou Virgem com ascendente em alcatrão. Meu elemento é a terra, com doses de cocaína, E a minha lua natal faz conjuntura com a fluoxetina. Meu mapa astral é repleto de fumaça E o meu signo vaga solto na sua saliva Que é ainda mais virginiana Do que todas teorias freudianas. Antes um ascendente em touro me cravou Uma agulha de veneno que me derrubou. Mas o horóscopo diário quis o contrário E a minha lua natal se revelou esclarecida. Sou Virgem com ascendente em vodca. Minha cor é púrpura, mas o que se vê é fogo, E o meu sol poente adormece em cinza Da ponta do meu cigarro interligado à boca Que em conjuntura com o açoite Adormece o meu corpo com o boa noite.  
Eu quero ser o Mefisto para te satanizar. Quero beber o seu chorume para me santificar. Eu quero ser o seu Verlaine a disparar E vê-lo como Rimbaud aos poucos se fechar. Eu quero ser o Bucowski para te marginalizar. Quero ser a Julieta com o veneno a tomar. Eu quero ser o Catulo para em obra te eternizar. Quero como Polifemo em prados a chorar. Eu quero como Castela o seu corpo velar. Eu quero como Garcilaso em poemas te amar. Quero ser o São Francisco de Borja a abandonar Não assumindo a corte para se apaixonar. Eu quero me dar um tiro na têmpora Como Werther quando com Carlota Em nenhum momento pensou em se casar. Quero ser como Ana Karenina a abandonar O próprio filho para um dia se matar. Eu quero ser como Sandokan a lutar Pela pérola de Labuan a se entregar. Quero como Lancelot a se sacrificar Traindo o seu mentor para se casar. Quero como Robin Hood a raptar Para um dia com Lady Marian copular. Eu quero ser a Beatriz a resgatar O Dante que no purgatório ia se esfacelar. Eu quero ...