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Mostrando postagens de fevereiro, 2010

Mal-agouro

30 por dia para suportar A navalha que a vida insiste em sangra. 24 horas não são o suficiente, Até em sonhos o filtro vem me visitar. Faço ponto onde deixarem Meu companheiro fiel vai comigo. Têm dias que eu o traio E prefiro um maço ordinário. Atendo alguns com colônia barata, Mas a fumaça da boca me distrai. Outros chegam com odor de cachaça O que para mim é perfume. Não ligo para os rótulos, As definições poéticas são ridículas. Maria Madalena está tatuada no braço. Todo padre que vê sente cagaço. Se um dia vai me matar Pior será enfrentar o SUS, Por isso eu sigo enchendo: A minha profissão é de cruz. (Leonardo S.Handa)

Repugnante Tormento

Remete uma canção Na dor mais antiga Da eterna paixão Pelo pó que levantou. A lágrima absurda Ecoa surda no berro Da repugnante tradição. Há tiros na escuridão E silêncio na infância Que insiste em se perder No tempo da conclusão. Sopra no barro um remorso Causado pelo tempo, Socorre ao álcool Um pouco mais de lamento. A lágrima absursa Ecoa surda no grito De repugnante tormento. (Leonardo Handa)

Poema DisTRAÍDO

Eu, aqui, caído Esperando uma gota Mas o que me vem É um lamento. (Em C G D) Às vezes eu não acerto a mão E quando acerto, é aflição. (Am Bm) Senão, fico deitado Na valeta do desejo À espera de chuva Sem o devido segredo. (Em C G D)

Estragado

Eu posso estar me sentindo um traste , respirando merda em sala de perfume. Posso estar cheirando esgoto onde tem flores. Posso estar reclamando do barato , quando na verdade nem estou chapado. Posso estar pouco a vontade, mesmo andando pelado. Eu posso estar querendo muito, mas é com restos que ainda caminho. Eu posso estar errado. Eu posso ser o fracasso. Eu posso não estar ganhando elogios, algo que precisaria. Posso estar caindo pela esquina, mesmo bebendo pouco. Eu posso estar tendo uma crise, meia-idade, idade inteira, idade rasa. Eu posso estar desacreditado com o futuro, vivendo de passado, estraçalhando o presente. Eu posso estar sendo um bosta profissionalmente, tragando demasiadamente as carteiras, encerrando projetos, cuspindo gracejos. Eu posso estar muito errado. Extremamente errado . Eu posso estar falando asneiras, percorrendo a marginalidade, curtindo uma cicuta. Eu posso estar em uma sinuca, mas na realidade é um xadrez. Eu posso estar dizendo mentiras, vivendo v...
Meu rock está um nhoque. Meu amor, nem nhoc! Meu coração é só tum tum. Meu pulmão, boom! Uma pessoa passou. Fiu fiu. Nem olhou. Down! Tentei outro truque. Pleft! Marcas no rosto. Ai! Segui meu trajeto, trac trac. Bati na porta, toc, toc. - Se mande! Não te quero mais. - Uau! Abaixei a cabeça e fui. Chutei uma lata, pow! Acertei um cachorro. Putz! Ele correu em minha direção. Me lambeu. Báh! Continuei a caminhar. O au-au comigo. Parei na praça. Sentei no banco. Um pardal cagou em mim. Merda! Literalmente. O cão me olhou, me consolou. Limpei a titica, eca. Encontrei uma carta em minha mochila. Urrul! E mais cinco reais. O escrito não dizia nada. O cachorro me lambeu de novo. - Chega! Comprei pipoca. O cão adorou. Au! Au! Fez uma graça. Abanou o rabo. Deu a pata. Ganhou o pacote todo. Nem gosto de pipoca. Outra olhada no bolso. Um MP3. On. Tchec! Paulinho Moska. Mudei. Bebel Gilberto. De novo. Arnaldo Antunes. Novamente. Marcela Bellas. Ixe! Não é a toa que meu rock está um nhoque! O c...