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Dia preguiçoso. As gotas da chuva vão se matando no vidro da janela enquanto um velho companheiro me amortece via MP3. Manhã e tarde na vertical, observando um teto que nada lembra a capela Sistina. Momentos de pura contemplação me bastam e um tiro sai da estante em forma de palavras. Eu o já tinha lido, mas sempre é bom relembrar. O velho safado ainda traz ótimos momentos.
Minha identificação quase profana com os seus versos às vezes me confundem e me convidam à liberar a marginalidade presa no interior, seguir a vida sem ligar para as contas, visitar algumas pessoas e simplesmente mandarem se foder; disparar algumas balas em cabeças que se acham pensantes e desmascarar profissionais comunicacionais idiotas. Mas, infelizmente a violência fascinante não povoa a minha massa. Como escape, cuspo certas frases junto ao violão.
A forma de liberação de ódio nem sempre me relaxa ou funciona. Tento gritar - não consigo -, procuro esquecer - o que piora. Não sei muito o que fazer. Em determinadas ocasiões, se torna efêmero. O objeto problemático que causa a situação raivosa, diga-se.
Não sei ao certo o lugar em que quero chegar com essa divagação. Acho que serve para manifestar que sim, sinto raiva. Não estou falando de você, antes que indague. É sobre os outros. Enfim, vou continuar aqui com o meu dia preguiçoso, desejando que as gotas da janela que se matam fossem algumas pessoas... Velho safado, você me faz pensar besteiras.

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Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
Alguém me disse que uma das melhores coisas para se esquecer um amor é escrevendo sobre ele, analisando os fatos. Não sei dizer se isso é verdade, mas sei que dói. Tenho quase 30 anos e já tive desilusões amorosas e confesso: as outras foram mais fáceis. Certa vez um amigo comentou que só existe um grande amor na vida. E eu passei a acreditar nisso. Muitos profissionais dessa área, afinal, praticar o amor é viver em sofrimento e dedicação trabalhista, procuram no bar mais próximo o método para esquecer o momento do rompimento. Eu não tive essa oportunidade, pois o bar mais próximo era muito, mas muito longe. O detalhe é que o rompimento aconteceu na casa da pessoa que até então se declarava, que dizia: depois de tudo o que passamos, terminarmos seria um erro. Puta merda! Tem ideia de como me sinto quando lembro dessa frase? Quando isso acontece, logo me vem à cabeça os bens materiais. Por que gastei? Para que comprar um perfume tão caro? Para reconquistar? Sim, e olha no que deu. E a c...