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Mostrando postagens de novembro, 2012
Cheiroso, banho tomado, perfume no pescoço, perto da tatuagem. A pele macia, o cabelo semi-enxugado, os pelos crescendo, meu pulso fervendo. Fiona Apple na vitrola, eu escrevendo, você na cozinha, a conversa rolando. Minhas besteiras, imaginando algo, tendo você, tendo acolá. Eu falo sobre saco, chupadas e afins. Lembro de uma frase. Ótima. "Daquela ali eu chuparia o cu até sair caldinho". Eu rio. E a mulher cantando Daredevil, junto ao piano, meio rouca. Uma delícia. Ela cancelou um show. Digo, dois. Motivo: o cachorro. Mas, isso não importa. O que importa é a minha imaginação. Cheiros. Deliciosos. Para mais tarde, sim, vamos. 
Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão, mas isso não importa, o que vale é o que me falaram: Léo, queria saber como você consegue ser calmo nessas horas. Não sou. Um monte de erupções ocorrem na cabeça. Só aprendi a controlá-las. Foram tantas as situações já rabiscadas e outras desenhadas que nem se trata mais de aguentar, e sim, saber lidar e viver. Contudo, sim, eu explodo, como muitas vezes já aconteceu, sobretudo no ano passado. O sofrimento, porém, é todo interno. Somente meu. Após um rompimento, extremamente chato, fui aprendendo. E não gostaria que a mesma chatice se repetisse. Não mesmo, porque, ampliado ao extremo se comparado com a última, eu te amo. É isso. 

Sem pardida

Bate coração, mudo de razão Neste peito oco de foco E carente de exclamação. Perfura a carne ao leite O reler da veia que percorre E junto ao pulso escorre. Bate coração, seu estúpido Entope a artéria com amor E jorre em sorrisos Qualquer pequeno calor. Termine longamente nunca Mesmo que agora fique E sem que haja despedida Eu quero sem partida. lsH

boanoite

Sou Virgem com ascendente em alcatrão. Meu elemento é a terra, com doses de cocaína, E a minha lua natal faz conjuntura com a fluoxetina.  Meu mapa astral é repleto de fumaça E o meu signo vaga solto na sua saliva Que é ainda mais virginiana Do que todas teorias freudianas.  Antes um ascendente em touro me cravou Duas agulhas de veneno que me derrubou. Mas o horóscopo diário quis o contrário E a minha lua natal se revelou esclarecida. Sou Virgem com ascendente em vodca. Minha cor é púrpura, mas o que se vê é fogo, E o meu sol poente adormece em cinza Da ponta do meu cigarro interligado à boca Que em conjuntura com o açoite  Adormece o meu corpo com o boa noite.  lsH.

Encefaleia

Ao meu redor, um transe Embora quisesse estar Dançando um trance. Os olhos ardentes E a massa inchada Aguardam a calma. O cansaço é amigo do corpo E a segunda-feira me maltrata. Quero arrancar essa dor, E ficar bem junto do seu amor. Mas ela não permite E um comprimido é digerido. Ao meu redor, um coice Embora quisesse estar Alardeando qualquer açoite. Os olhos ardentes E a cabeça enfraquecida Aguardam agora o descansar.