Cheiroso, banho tomado, perfume no pescoço, perto da tatuagem. A pele macia, o cabelo semi-enxugado, os pelos crescendo, meu pulso fervendo. Fiona Apple na vitrola, eu escrevendo, você na cozinha, a conversa rolando. Minhas besteiras, imaginando algo, tendo você, tendo acolá. Eu falo sobre saco, chupadas e afins. Lembro de uma frase. Ótima. "Daquela ali eu chuparia o cu até sair caldinho". Eu rio. E a mulher cantando Daredevil, junto ao piano, meio rouca. Uma delícia. Ela cancelou um show. Digo, dois. Motivo: o cachorro. Mas, isso não importa. O que importa é a minha imaginação. Cheiros. Deliciosos. Para mais tarde, sim, vamos.
Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.