Para você que flutuou os meus sonhos mais eróticos, em que o
mínimo eram as roupas rasgadas, que uma engasgada não significava nada, que uma
picada era o lindo em sua bunda. Para você, o amor que me torturou, que me
enlouqueceu, que deixou os meus dias em calafrios com o seu não tentar. Para
você, o meu pulmão de fumante, o meu corpo de alcoólatra, a minha fraqueza desesperada.
Para que você que perfurou, mesmo sem saber. Para você, os meus versos
mais belos, mas nunca compostos. Para você, a minha vida com trilha sonora
vinda do nórdico, dos instrumentos mais inusitados, das partituras menos
clássicas. A você a minha rapsódia em si bemol para Guitar Hero.
Para você que me conquistou na primeira letra do verso nada romântico
que deixou o meu sangue mais medonho. Para você que me permitiu gostar de você,
em sua cama, com a minha língua em cada pedaço do seu corpo, autorizando um
adentrar, um gozar e um abraçar. Para você que me ofereceu a melhor orelha para
morder com a precisão que por vezes ficava demais afoita. Para você que me
aqueceu com um simples olhar. Para você que me deixou amar.