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Agora

Qualquer coisa que seja. Um beijo fora do tempo, um luto programado antes das 18h. Não importa. Contigo ao lado o merecimento é contínuo. Eu abro o sorriso, o olhar não fica pesado. Às vezes tenho a sensação da imortalidade. Basta você ao meu lado. Melhor, pelado, com a nuca solicitando, praticamente com um memorando, um beijo, uma carícia, um afago. É bom perceber que o meu carinho não é ruim, que é confortante, que é acalanto. É grandioso saber que dos outros eu tinha noções erradas, porque para eles tudo parecia descontentamento. Que meu toque era tragédia, que meu sexo era funeral, que minhas manias eram desagradáveis, que minha poesia era hostil, que minhas declarações eram músicas sertanejas. Mas, contigo, nada disso é horripilante. Meu toque parece veludo, meu sexo, ápice; minhas manias, perfeições engraçadas e minha poesia, clássicos. Muito melhor perceber que minhas declarações são Leonard Cohen. Qualquer coisa que seja, que seja, apenas, o seja. Agora.

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um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).

Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.