Neste domingo, eu não queria voltar para casa. Algo que nunca me aconteceu. Sempre almoçava rápido com meus pais só para passar contigo o resto do dia. Mas nosso relacionamento está em baixa. Confesso que enquanto assistia um programa na TV Cultura, o qual não prestei atenção, vários pensamentos correram livremente. Um deles, o término. Todos os meus namoros foram grandiloquentemente traiçoeiros. Portanto, seus respectivos fins, traumáticos. Não penso em ter um rompimento contigo dessa maneira. Você diz que é por causa do sexo e algumas contradições minhas. Contudo, eu percebo que é muito mais. Eu pouco tive carinho físico da sua parte e os beijos começaram a ficar mais escassos porque eu percebia um nojo da sua parte. Você falava que era culpa do cigarro. Eu acho isso apenas uma desculpa. Quando eu precisava de um abraço, eu quase sempre implorava por um, não literalmente, porém, minha subjetividade deveria ser muito nula a ponto da sua não percepção. E quando queria demonstrar um afeto, um beijo, tinha que ser na varanda, para um público apreciar. É lógico que eu ficava furioso, já que em quatro paredes é suplício, mas ao ar livre é necessidade.
Eu quero continuar, mas tenho pensado muito. E quem muito pensa acaba com muitas conclusões. Saiba que eu prevejo, logo, um acabar. Antes que começamos a nos odiar. Seus planos são outros e os meus, nem sei. Eu me deito na cama, você se vira. Volta a falar do sexo, mesmo desde o início eu ter explícito a minha condição. Eu fiz tentativas. Você sabe. Enfim...
É isso.