Pular para o conteúdo principal

Enfim...

Neste domingo, eu não queria voltar para casa. Algo que nunca me aconteceu. Sempre almoçava rápido com meus pais só para passar contigo o resto do dia. Mas nosso relacionamento está em baixa. Confesso que enquanto assistia um programa na TV Cultura, o qual não prestei atenção, vários pensamentos correram livremente. Um deles, o término. Todos os meus namoros foram grandiloquentemente traiçoeiros. Portanto, seus respectivos fins, traumáticos. Não penso em ter um rompimento contigo dessa maneira. Você diz que é por causa do sexo e algumas contradições minhas. Contudo, eu percebo que é muito mais. Eu pouco tive carinho físico da sua parte e os beijos começaram a ficar mais escassos porque eu percebia um nojo da sua parte. Você falava que era culpa do cigarro. Eu acho isso apenas uma desculpa. Quando eu precisava de um abraço, eu quase sempre implorava por um, não literalmente, porém, minha subjetividade deveria ser muito nula a ponto da sua não percepção. E quando queria demonstrar um afeto, um beijo, tinha que ser na varanda, para um público apreciar. É lógico que eu ficava furioso, já que em quatro paredes é suplício, mas ao ar livre é necessidade.

Eu quero continuar, mas tenho pensado muito. E quem muito pensa acaba com muitas conclusões. Saiba que eu prevejo, logo, um acabar. Antes que começamos a nos odiar. Seus planos são outros e os meus, nem sei. Eu me deito na cama, você se vira. Volta a falar do sexo, mesmo desde o início eu ter explícito a minha condição. Eu fiz tentativas. Você sabe. Enfim...

É isso.  

Postagens mais visitadas deste blog

Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about. 

Os meus beijos mais sinceros

O calor está derretendo o pouco que sobrou da minha lembrança mais triste. Ainda bem que te encontrei. Foi culpa da areia do mar que soprou em meus olhos um sonho com você. Estou ficando brega, declarando exacerbadamente o amor que deixei a frente de 400 quilômetros. A canção mais melosa e irritantemente apaixonada não sai do som. É a faixa sete daquele disco, de um cantor que eu sempre gostei, assim como a subjetividade que me invade. Não importa. Eu ainda posso te ver na lembrança daquele vestido azul que rodopiava e balançava até os pederastas. Continuo dizendo: ainda bem que te encontrei. Quando você veio me oferecendo bebida, eu não neguei. Bebi a última gota. Então, eu te olhei. Você sorriu. Eu procurei. Você também. Eu te beijei. E você seguiu. A hora mais longa ficou mais curta e devorou o destino traçado pelo acaso da sua boca de lábios rachados. Mesmo assim, belamente provocantes. Não sei se você está entendendo o sentimento confuso e ampliado, mas os insetos que me causam ân...

Imaginando...

Um copo de conhaque acompanhado de uma tosse chata. A voz rouca por causa dos muitos cigarros e do exagero da noite passada. A meia-luz serve de distração para o inseto que nem percebe a sua real insignificância. A janela um pouco aberta. Apesar do frio, muito odor no quarto de um prédio de classe-média. A fumaça vai bailando encontrando o ar da rua que insiste em ser a veia dos poluentes mecânicos. Acho que estou com um pouco de febre, sei lá. O bicho na lâmpada está começando a me incomodar. Logo esqueço. Leonard Cohen amortece os meus tímpanos e eu, em transe, me transporto para um campo de aveia. Fecho os olhos. Estou correndo sem direção alguma, só sentindo o vento morno adentrando os meus poros faciais. Sigo como um alucinado acreditando ser o humano mais feliz do mundo somente por causa do sol em meus lábios. O azul do céu é de um absurdo tão belo que praticamente esqueço que existem outras cores. O bardo canadense continua embalando, satisfazendo a minha sensação única de l...