Pular para o conteúdo principal

O que será?

O que aprendemos no capítulo de hoje nesta parábola que chamamos de Vida? Que o buzz marketing é uma ferramenta incrível. Além de criar expectativas, gera desespero e lucratividade. Graças às incríveis forças sobrenaturais do Whats Up e Facebook e, lógico, à greve dos profissionais da estrada, que não são as prostitutas, tão pouco os vendedores de uva, criou-se um pavor exacerbado à procura de combustíveis. E olha que tinha gente com meio tanque ainda para rodar, mas como pato-branquense ama uma fila, acabou entrando nela só para ver no que ia dar. 

O encéfalo coletivo está sofrendo um retrocesso tremendo, o que causa damos sobretudo no raciocínio lógico. Há quem diga que até uma simples conta, como 1 mais 1, gera dificuldades para ser resolvida. Como seria lindo se todo esse pandemônio fosse por causa de uma edição perdida de um livro do Gabo. Pense que lindo seria: vamos todos para rua porque são poquíssimas edições e precisamos dela para aumentar a sagacidade e a maneira de pensar. Ou se fosse um discurso, impresso, um manifesto a favor do livre-comércio, redigido pelo Jose Pepe Mujica. "Cara, acabei de receber no Whats Up: é o último texto do cara e não vai chegar nunca mais em nossa cidade por causa da greve!". Nunca você receberá algo assim pelo celular. Agora, se for para causar o terror, sobretudo o alheio, é outra história.

Mas é lindo saber que a ignorância é vizinha do desespero e que os ensinamentos de Marx não foram em vão. Melhor ainda é perceber que a publicidade, mesmo em sua forma quase sem querer, arranca a procura por bens, independente de governo e credo. E que Maquiavel falou isso há tanto tempo e ninguém prestou atenção. 

É, meus caros, estamos em um período mais negro do que os barris da Petrobrás que, infelizmente, nem aos brasileiros beneficiam. Já dizia Arnaldo Antunes, "tire a mão e ponha o corpo todo no corpo da consciência, ponha ouvido, orelha, língua, boca na cara da consciência". Chegamos num momento em que é preciso pensar, no sentido literal, total e fraternal. E é por isso que a publicidade dá certo.

Postagens mais visitadas deste blog

Acertos maus

Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.
Para o amor, o bastar O exagero, o gostar A carícia, o acordar O café, o sorrir A voz, sussurrar O beijo, o selo O abraço, o continuar lsH
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.