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11, mês qualquer

Hoje deu uma saudade pulsante. Saudade dos sábados vadios, do jeito que você dançava, do jeito que me enchia o saco. Saudade do seu carinho e saudade de fazer carinho em suas costas. Saudade do seu abraço, do seu olhar, do seu amar. Hoje bateu saudade de tudo, das suas músicas ruins até da sua teimosia. Saudade do seu ser indiferente enquanto eu sofria de pânico. Saudade das suas imperfeições. Saudade do seu jeito de rir, das suas caretas e da forma como você repousava suas coxas sobre as minhas. Saudade de ficar olhando para o seu pé quando deitávamos juntos no sofá. Saudade dos seus reclames. Saudades de como você falava que não queria ficar sozinho. Saudade das suas burrices. Saudade dos seus versos de carinho. Alguns eu guardei, outros, eu joguei. Saudade da sua voz desafinada e de quando tentava tocar violão. Saudade daquele dia quando você contou a verdade para sua irmã. Saudade de quando fui até a UTFPR levar o meu primeiro presente de aniversário à você. E você chorou. Saudade daquela sua inocência, daquela sinceridade, que hoje, imagino, permanece, mas a inocência, não. 
Hoje deu uma saudade latente de você. 

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Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about. 

Os meus beijos mais sinceros

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