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E daquele som metálico saiu a canção, um tanto estranha em seu ritmo, mas admirada pelos senhores que, categóricos, diziam se tratar de um novo clássico. Ouviu-se as batidas cadenciadas em estações de rádios que vendiam o passado como luxo, mas agora tocam o luxo como no passado. E os tímpanos dos maestros achavam tudo aquilo confuso: um cão sem dono solto pelas ruas, caminhando sem direção, apenas sabendo que precisava continuar. Para onde? Sei lá. 
o riso não era contido quando a sequência sem acordes, sem melodia, apenas ritmada, atingia a manada dos foliões que agora utilizavam frases, oferecendo à composição uma nova tradução. Parecia o carnaval, mas ali tinha um outro tipo de lamento. Talvez pelas consequências do presente, esse tempo tão subestimado, mas vívido e, por vezes, coerente até demais. Ou, de repente, como se fosse um parente do distante futuro que chega sem dar aviso e, lá de longe, se torna perto e revela-se um estorvo.
Ninguém tinha uma explicação da força daquela canção. Foi então que todos acordaram em pleno século 21 e perceberam que tudo aquilo outrora fortalecido em 1968 se tornou um peidinho bem cheiroso se comparado com o novo sentido dessa nova canção.

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Dois

Do dicionário informal, a palavra "frustante" significa enganar a expectativa, ou seja, uma decepção. Apesar de ter sido uma delícia, no final, você resumiu com o adjetivo o ato. Também fiquei frustado. Mas de uma maneira diferente que a sua.  Como eu queria te satisfazer, não sentir o incômodo que me provocar reação perceptíveis que te deixam como uma lente sem foco, perdido à procura de uma imagem bela. O que eu posso dizer? Perdão. Continuarei conforme a vara for cutucando, até chegar a um acordo. Se você estará até lá comigo, isso não sei dizer. Acendi um cigarro para refletir a respeito, na sacada, admirando a chuva que caia. Pensei seriamente em dar um basta, cada qual cavalgando por estradas diferentes. Será que vale a pena? Sinto a presença do amor. Espero que eu não esteja errado quanto a isso, mesmo com os vários sinais que outrora você imprimiu. Enfim, vamos tentando ser dois. 
O barulho, o som, o tudo. As vozes, a esquizofrenia. Quem aguentaria? É preciso jogo, é necessário o respirar. Chega a ser jocoso, parece lacrimoso. O volume, os gritos, a conversa. O cansaço no mormaço. O não relaxar do momento. Os nervos, a fúria, o ventre. O vento que não entra E o apuro do socorro. A bagunça e a falta de concentração. A raiva que aparece. O berro que permanece. Aqui, mudo, em silêncio. Como haveria de ser. Mas não é. lsH
É preciso manter os dois olhos atentos, como se estivessem sedentos por sangue, por amor, pela conquista de um novo terreno, mesmo que seja árido, úmido ou magnífico. É necessário duvidar do que o mentor em sala de aula projeta, arquiteta e repassa, como se aquilo não fosse a verdade absoluta, pois existem outras maneiras de se obter as mesmas informações do que entre as quatro paredes. É mandamento, sobretudo, amar tudo o que você entende como essencial para viver e desregar o abismo incrédulo dos preconceitos, independente se você nasceu, se criou e permaneceu em solos repletos da hipérbole do tradicional, do convencional, do puritano e conservador. Mas, é fundamental interpretar.