Deixem que o Buzzfeed, cupcakes e seus Gifs de gatinhos te enganem, pois vivemos numa época em que o fofo e o feliz, especialmente o feliz, é alvo de rejeição cínica. Ser taxado de ranzinza, sarcástico e frio se transformou em elogio. Assim como a protagonista do filme Happy-Go-Lucky, de Mike Leigh, artistas que exalam tais qualidades como Zooey Deschanel ou Clarice Falcão são alvos imediatos de uma recusa. Isso apenas impede parte do público de perceber que, para os dias em que a depressão de um Ok Computer não é adequada, existem discos como o Volume 3.
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não. Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.