Hoje vejo o mundo
Como uma Mavica
Com problema no foco.
Tudo está leitoso
E o céu borrado
De um azul jocoso.
As luzes dos carros
São vaga-lumes amassados
Que perdem a cada metro
O sentido de viver.
Pela estrada, não vejo
E quando percebo
Um Volvo eu encontro
E não há socorrer.
Agora vejo o vermelho
Que escorre até o queixo
Vou fechando os olhos
E assim me deixo.