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Mostrando postagens de agosto, 2017

A música

A garoa fina dá o tempero. Na sala, em um velho aparelho de som, uma linda canção embala o ninar das horas. Os olhos se fecham e ele pensa naquela situação que chamam de amor. Sua cabeça ainda arde memórias frias, mas a música ajuda como se fosse nicotina para um fumante. O coração lembrou traições e pulsou um gole de sangue mais intenso pelo corpo. A dissonante adentrou o tímpano e conquistou alívio. Ele queria tudo de novo, no entanto, sem a dose do sofrer. Hoje se encontra  em outro plano e quer viver mais emoções ao lado de um fruto doce, que veio como salvação. Mas, a perfeição ainda não pode se realizar, pois não a teve completa. Ele continua pensativo, confortavelmente abraçando o seu edredon, seu companheiro mais fiel. E a canção continua a acalmar sua ansiedade de pegar o telefone e realizar uma cagada. Mas a mente funciona mais do que a emoção.

Os nossos pés

Numa simples frase, que me acompanha como carma, pensei: um dia haverá de passar. Vai desfilar pela passarela da memória, iluminada por um holofote, até ele se apagar. Ou entrará como um trem em um túnel e lá irá ficar. Quem sabe será como aquele disco que riscou e que nunca mais tocará. Ou como aquele velho a navegar, que no mar entrou e com seu barco naufragou. Porém, já foram tantas as tentativas do querer, daquele de se borrar a mente, simplesmente para parecer uma obra  de arte abstrata. Mas sempre quando passo o pincel, acabo desenhando um realismo. E ele é fantástico. Não se trata de algo bom, eu sei. Hoje lembrei de quando assistíamos a um filme na sala e deitávamos espremidos no sofá. Antes da película começar, eu ficava olhando para os nossos pés, fazendo comparativos e analisando como eles eram tão diferentes. Na simples frase não mencionada no primeiro parágrafo deste lamentar, relembrei daqueles momentos, quando eu sempre refletia antes de me deitar junto a você: n...