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Da carreira o alívio após. O sol, pela janela, acertava a retina enquanto o ato se fazia de fato. Os pássaros pareciam sem graça, talvez desdenhando o clima. Ele nem se incomodou. Queria aquilo. Desejava. Bufava de alegria depois de anos de auto-controle, se permitindo ser orgulho. Não teve receio algum, só quis se jogar, como se fosse de um ineditismo primitivo, daqueles que despertam uma explosão no tímpano, como um primeiro beijo, como um nervoso na hora do gozo, como uma leoa estraçalhando uma zebra. 
Ardeu um pouco, o tempo permitiu o sarar. O sangue se tornou suco e a respiração era calma, mesmo com a adrenalina liberada. Ele estava velho, aspirava pela carreira. Degustou de cada segundo. Comemorou lindamente, afinal, tinha conseguido o tão sonhado emprego que, apesar de aposentado, almejava.

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Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.
Rodopie linda com o seu vestido febril. Deixe as flores atingirem o seu rosto. Dancemos ao som de City Pavement. Fotografemos as faces em frias manhãs. Deitemos de novo em um ninho de edredon. Deslize devagar pelo meu pulso acelerado. Respire meu ar. Um café da manhã em Vênus, acordando em Elizabethtown, como se fosse uma lenda. Ao lado do universo, ninguém tira as nossas chances. Temos sempre mais um habana blues, um tango, uma dança suja. Uma nova canção desesperada para apreciarmos. Um eterno registrado. Cada qual. Cada em si. Em mi maior.
um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).