Um coração leviano invade essa cama, até então abrigo de um único corpo desnudo e maltratado. Os lençóis, agora trocados, parecem respirar em homenagem à presença que perfuma o quarto. Um sorriso agora é peça fácil nos lábios que outrora sangraram o delírio do mal-estar de várias paixões. Um brilho no olhar é presença constante em noites onde a insônia é bem-vinda.
É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.