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Querido Chico,

Somente hoje ouvi com atenção "Almanaque", disco que você lançou no ano do meu nascimento. Não tinha conhecimento do trabalho que foi gravá-lo, da batalha que enfrentou entre duas gravadoras e da linda história da canção "Angélica". Incrível como continuo aprendendo ao ouvir suas músicas. Tenho até vergonha de dizer que, num primeiro momento, não entendi "A Voz do Dono e o Dono da Voz". Imagino que, nos dias atuais, com as grandes gravadoras decretando falência, deve sublinhar um belo orgulho em seus lábios, devido ao conteúdo e crítica da composição. Em tempos de downloads gratuitos, os mais jovens nunca saberão o que você passou.

Apenas gostaria de agradecer por mais esse ensino que o senhor me proporcionou nessa noite.

Com amor,
Léo

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Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
Rodopie linda com o seu vestido febril. Deixe as flores atingirem o seu rosto. Dancemos ao som de City Pavement. Fotografemos as faces em frias manhãs. Deitemos de novo em um ninho de edredon. Deslize devagar pelo meu pulso acelerado. Respire meu ar. Um café da manhã em Vênus, acordando em Elizabethtown, como se fosse uma lenda. Ao lado do universo, ninguém tira as nossas chances. Temos sempre mais um habana blues, um tango, uma dança suja. Uma nova canção desesperada para apreciarmos. Um eterno registrado. Cada qual. Cada em si. Em mi maior.