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Mostrando postagens de janeiro, 2022
Há um mundo ali fora Que explora o que você quer Embora em sigilo Estejamos neste abrigo. Não imploro uma mudança A andança já é tanta Quero o seu olhar Perdido nesta dança. Eu tenho a minha dose exata Deste sentimento que quero E gosto quando você sorri Mesmo não sorrindo. Trago do fato uma esperança A mesma que você escolhe Carregando no rosto a mudança De dias percebidos. Não insista em questionar Ninguém sabe do tempo Meu futuro é quase ausente Mas espero prosseguir. Temos amor para tanto Enquanto ainda suportarmos Já que falas despejamos E sabemos o travar. Você tem a dose exata Deste sentimento vivido E sei que quer dos lábios Mais do que palavras. Traz uma esperança Colhida na alternância Que carregou junto ao tempo De dias percebidos.

Apenas Um

De toda a forma, o meu entregar ao seu lado/ Minha caricatura mais animalesca refletida no espelho/ Os seus olhos a penetrar/ A sua veia a admirar/ O seu coração para despedaçar. De todo meu, o sincero fel ao escorrer do canal/ Um trunfo para admirar/ Sua respiração a acompanhar/ Segredos trocados na saliva/ Lasciva fala pronta para narrar. Entrego o meu e acompanho a sua/ Lua baixa pronta de sangrar/ Cálice aberto de admitir/ Troco o pulso pelo momento/ Não adianta argumento/ Perco um pouco para viver. Rabisco meu nome na pele/ Cicatrizo a fúria na tez do rosto/ Esotérico lido nos lábios/ Letra triste mimetizo nas costas/ Significado seja outrora não compreendido/ Meu amor hoje explícito. Formam frases por vezes/ Depende agora do ângulo/ Mas apenas um aparece/ Algum sabe, outro esquece/ De maneira certa, tudo fecha/ Meu poema escondido/ Meu sentimento declarado.

6h28 e 23 segundos

  5h da manhã. Ainda estou aqui. Não sei mais o que fazer. Um pequeno desespero desce seco pelo olho. Seria emo se eu seguisse o movimento. Aliás, se trata de um? - Não precisamos saber, só quero entender se chegaremos vivos até a próxima estação. Um estágio pulamos, dois obstáculos passamos... - E agora você retrata a mesma conversa das 4h. Não é necessário explicações, outras ilusões já apareceram. Eu entendo o seu monólogo, a sua concepção. Basta sorrir, então. 6h15. Qual a conclusão? A fome está incomodando. Cadê aquele pedaço de bolo de aniversário? Eu lembro de tê-lo deixado atrás da manteiga. O refrigerante perdeu o gás? O leite azedou? De fato, sem a minha presença as coisas estragam. 6h20. Está louco? Agora fará metáforas daquilo que ingerimos? Muito te pus para dentro. Confesso, já tive indigestão. Não acredita? Eu repito e amplio, em certas, senti repulsão. Não preciso provar. 6h25. Que merda! Até então estávamos conseguindo manter um padrão descente. Você sempre optou p...

Fica a Saudade

H oje lembrei, ao acordar, de escrever uma carta. Coloquei a água para ferver e preparei o meu café. Lembrei das noites mal dormidas, dos dias sofridos. Dos cigarros derrubados no chão, do cinzeiro transbordando. O sol perfurou a janela e o raio entrou sem pedir licença. Não sou observador, confesso, muito menos sentimental, Mas a cena me pareceu um sinal. Lembrei de você. Iniciei os agradecimentos, os olás, o tudo bem. A fumaça do café se misturava com a do cigarro. Contei um pouco da rotina que ainda acabará me matando, Dos estranhos que acabo entregando intimidades, Da moça da panificadora, do chuveiro estragado, Ainda tenho que arrumá-lo. Tenho preguiça. E do roteiro que ainda insisto em não terminar. Percebi que faz um ano. Como foi estranho. O seu perfume adocicado já não mais está presente, Seus discos de new wave eu já doei, O anel, penhorei. Não quero apavorar a sua paciência No entanto, ainda recebo as suas revistas femininas. Se possível, cancele a assinatura. Se não me quer...