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Ele estava lá enquanto os fogos anunciavam
Sabe-se qual o motivo para o entusiasmo.
Seus olhos refletiam a solidão da sala
Enquanto brindes eram comemorados.
Apesar de presente, a mente se encontrava ausente
E em outro lugar seu pensamento voava.
Não tinha casa alguma que gostaria de dormir
A não ser aquela que bucólica imaginava.
Vieram abraços que eram estranhos, mas não temia
Haviam sorrisos que distraídos não o atraíam.
Bebeu seu último gole de sidra azeda
E abriu a porta para uma tentativa de fuga
Queria o passado naquele momento
Quando seus pais compravam pijamas
E seus irmãos comemoravam o ato simples.
Perdido ele atravessou a rua
E na encruzilhada avistou a lua
E como milagre algo rasgou o céu
E sua falsa esperança desapareceu. 

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Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
Rodopie linda com o seu vestido febril. Deixe as flores atingirem o seu rosto. Dancemos ao som de City Pavement. Fotografemos as faces em frias manhãs. Deitemos de novo em um ninho de edredon. Deslize devagar pelo meu pulso acelerado. Respire meu ar. Um café da manhã em Vênus, acordando em Elizabethtown, como se fosse uma lenda. Ao lado do universo, ninguém tira as nossas chances. Temos sempre mais um habana blues, um tango, uma dança suja. Uma nova canção desesperada para apreciarmos. Um eterno registrado. Cada qual. Cada em si. Em mi maior.