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Jack Kerouac Songs


"O que eu tenho? Tenho 35 anos. Uma ex-mulher que me odeia e que gostaria de me ver na cadeia. Um filha que nunca vejo. Um bolso vazio. Minha própria mãe, após todos esses anos de labuta e lágrimas, ainda rala o rabo numa fábrica de sapatos. E eu não tenho um só centavo, nem para uma puta que preste. Maldito seja! Filho da puta! Às vezes penso que a única coisa que está pronta para me aceitar é a morte. Nada nesse mundo parece me querer, ou lembrar-se de mim. Sabe o que acho dessa vida desprezível? Vou abandonar essa história de romances épicos e tentar concentrar meu talento - se é que tenho algum - no que quer que não seja escrever. O que sei é que existem apenas dor e desespero aguardando por nós todos, especialmente por mim. Sou o mais solitário escritor da América, e vou lhe dizer por quê: porque escrevi seis longos romances desde março de 1951 e nenhum deles foi aceito até agora, agora, AGORA!"

O trecho acima foi escrito em uma carta que Jack Kerouac desabafou a um amigo. Ainda bem que alguns existem. Poucas semanas depois dos versos em questão, On The Road foi lançado pela editora Viking e Keroauc se tornou um dos principais escritores da geração beat e a sua obra se tornou um clássico. Há esperança.

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Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
Alguém me disse que uma das melhores coisas para se esquecer um amor é escrevendo sobre ele, analisando os fatos. Não sei dizer se isso é verdade, mas sei que dói. Tenho quase 30 anos e já tive desilusões amorosas e confesso: as outras foram mais fáceis. Certa vez um amigo comentou que só existe um grande amor na vida. E eu passei a acreditar nisso. Muitos profissionais dessa área, afinal, praticar o amor é viver em sofrimento e dedicação trabalhista, procuram no bar mais próximo o método para esquecer o momento do rompimento. Eu não tive essa oportunidade, pois o bar mais próximo era muito, mas muito longe. O detalhe é que o rompimento aconteceu na casa da pessoa que até então se declarava, que dizia: depois de tudo o que passamos, terminarmos seria um erro. Puta merda! Tem ideia de como me sinto quando lembro dessa frase? Quando isso acontece, logo me vem à cabeça os bens materiais. Por que gastei? Para que comprar um perfume tão caro? Para reconquistar? Sim, e olha no que deu. E a c...