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Mostrando postagens de dezembro, 2007

Cold War Kids

Eis que o dia baila mais uma dança sangrenta, tingindo o céu com o vermelho de golpes líricos de tinta clássica. Mais um final de fase anuncia a esperança de um amanhecer bêbado e fodido. Olha para o teto que Deus desenhou, deitado em uma grama verde banhada pelo orvalho. Passa os dedos nos lábios somente para sentir novamente o que aconteceu. Seus ouvidos estão entupidos por fones que descarregam outra canção do Cold War Kids. Ele viaja através da música e do degradê que as cores do infinito se permitem formar. Algumas vozes chapadas são escutadas, mas estão muito longe. Há ruídos na comunicação unilateral. Não se deixa envolver e retorna à viagem mental. Deixa-se em caláfrios quando relembra as horas passadas, as mãos no quadril, o deslizar no rosto, o colo aberto e o beijo certeiro. Abre um sorriso intenso e percebe que as histórias do passado devem ficar lá, afinal, ainda bem que as memórias não são relançadas nas TVs. Um vento suave atinge o queixo, passa pelo nariz e morre no bon...

Velhos corações despedaçados

Velhos e vagabundos corações despedaçados. Os pedaços não foram colados, acabaram jogados em latas de memórias. Partiram para longe, se afogaram em lembranças. Eles morreram sem recordar a infância, os momentos felizes, o correr descalço na grama orvalhada, o sorrir graças a um desenho animado. A tristeza veio na separação, mas logo apareceu a adolescência do reencontro. Outras tantas presenças nasceram: andar de bicicleta na chuva, bebida destilada na madrugada, cigarros roubados de bolsas maternas, dinheiro emprestado de carteiras paternas. Sem mencionar as descobertas sonoras, o roçar de um ouvido, o barulho de um gemido, o solo de um guitar hero, a voz de um band leader, o bocejar de um descanso, um Cat Stevens na vitrola. Eis que chegou mais uma distância, cada qual para o seu lado durante a graduação, cada qual em sua própria sintonia. Os pensamentos voaram, as amizades mudaram, as atitudes afloraram, os costumes vazaram e as conseqüências adultas chegaram. Enquanto um vivia na b...

E-mail nosso de cada dia - "O Cão e o Coelho"

Eram dois vizinhos. Um deles comprou um coelho para os filhos. Os filhos do outro vizinho também quiseram um animal de estimação. O homem comprou um filhote de pastor alemão. Conversa entre os dois vizinhos: - Ele vai comer o meu coelho! - De jeito nenhum. O meu pastor é filhote. Vão crescer juntos "pegar" amizade... E, parece que o dono do cão tinha razão. Juntos cresceram e se tornaram amigos. Era normal ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa. As crianças, felizes com os dois animais. Eis que o dono do coelho foi viajar com a família e o coelho ficou sozinho. No domingo, à tarde, o dono do cachorro e a família tomavam um lanche quando, de repente, entra o pastor alemão, com o coelho entre os dentes, imundo, sujo de terra, morto. Quase mataram o cachorro de tanto agredi-lo, o cão levou uma surra! Dizia o homem: - O vizinho estava certo, e agora? Só podia dar nisso! Mais algumas horas e os vizinhos iam chegar. E agora?! Todos se olhavam. O cachorro, coitado, chorand...