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Pânico

Tudo perdido entre os dedos tortos que nada mais seguram.
O que era alívio hoje causa arrepios no córtex que aos poucos apodrece.
Um constante movimento gera aflição nos olhos que reviram procurando solução.
Artifício constrangido de face esprimida que outrora abria um sorriso devastador de alegria.
Derruba uma água do binóculo natural o qual foi concebido sem a perfeição.
Justifica os atos violentos em sangrentos copos de líquido transparente.
Não quero outra volta, nem inocente, nem inconseqüente.
Desejo o tranqüilo daquilo que um dia eu vi
Mas perdi em pó a vida.
Espero sem noção a porção
Aquela que tira os pecados do mundo
Somente para rasgá-la em vezes inacreditáveis
E reescrevê-la da maneira adequada aos dias atuais,
De pólvora, carvão, foice, facão, terra, engrenagem e capitais.
O corpo sagrado consumido com razão desce ao fóssil quase cancerígeno
Uma última benção de cálice e justiça à injustiça situação do pânico que estabelece
Uma força sem vontade de continuar na trilha da crucificação beata dos seus celibatos.
Nunca desejei tamanho sacrífico de aguentar a situação do desespero que, espero, termine.

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Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
Alguém me disse que uma das melhores coisas para se esquecer um amor é escrevendo sobre ele, analisando os fatos. Não sei dizer se isso é verdade, mas sei que dói. Tenho quase 30 anos e já tive desilusões amorosas e confesso: as outras foram mais fáceis. Certa vez um amigo comentou que só existe um grande amor na vida. E eu passei a acreditar nisso. Muitos profissionais dessa área, afinal, praticar o amor é viver em sofrimento e dedicação trabalhista, procuram no bar mais próximo o método para esquecer o momento do rompimento. Eu não tive essa oportunidade, pois o bar mais próximo era muito, mas muito longe. O detalhe é que o rompimento aconteceu na casa da pessoa que até então se declarava, que dizia: depois de tudo o que passamos, terminarmos seria um erro. Puta merda! Tem ideia de como me sinto quando lembro dessa frase? Quando isso acontece, logo me vem à cabeça os bens materiais. Por que gastei? Para que comprar um perfume tão caro? Para reconquistar? Sim, e olha no que deu. E a c...