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Mostrando postagens de fevereiro, 2009

O Doce

Simplesmente deslizar os dedos pelo teclado, sem objetivo, sem razão, apenas acompanhando a música que me faz lembrar um dos sentimentos mais fortes já vividos. Mais do que o amor. O exagero percorre os olhos e alcança os tímpanos nos agudos indecifráveis da sua voz. A cada nota o coração acelera. A cada ruído o pulso desperta. Sim, estive morto em outras horas. Agora volto para reencontrar aquilo que deixei em uma caixa de sapato. Meu velho Converse é o companheiro da empreitada. Não se trata de outra memória adolescente, por mais que várias sejam boas demais para serem vividas novamente. Agora o verso é outro. A cadência do meu samba explode na pele os sentidos ordinários, os sentidos claustrofóbicos, os sentidos fodidos, os sentidos exarcebados, os sentidos de vazão. São frutos novos que aos poucos serão devorados pela alma renovada. Eu quero destrinchar com os dentes aquilo que os pedaços sentimentais proporcionaram outrora. O caos aumentará a gana niilista que sentirei no momento ...

Cavalar

Às vezes uma vontade cavalar de assassinar invade os poros mais abertos. Uma raiva percorre nas veias de sangue sujo, o qual não foi bem filtrado e seguiu pelo corpo. O cérebro entende o pútrido e lança comandos de sentimentos hostis. Os olhos reagem com um vermelho 14 que deixa a visão da vingança, da cólera e da hidrofobia mais lírica. Um martelinho de plástico de criança se tornaria a arma mais letal, de um lúgubre intenso que faz saltar do coração o pulso mais preciso de cirurgião plástico. O golpe certeiro arrebentaria o crânio, explodindo os miolos que voariam como poesias drummondianas. A cena, em slow motion, ficaria armazenada na memória RAM e entraria no TOP 10 do Youtube. Seria como uma direção caprichada de Tarantino. Após parte da massa cinzenta se esvaindo, a admiração contemplada teria o acompanhamento de um dos melhores amigos de um homem vingativo: o Jack. O Jack Daniels. E cigarros Camel. O gosto de alcatrão e uísque na boca ampliaria o sabor do ato, da arte recém ...

Fetal

Cálice de fel A ser bebido Pelo amor concebido No último dezembro Agora é repassado A outro caso corrompido. Jorra do pulso Um menino arrependido Que deu um beijo sustenido Em um roubar adormecido. O olhar inocente apresenta Uma vontade compartilhada Quando nunca esquecida Abraçou o desconhecido. Engole o amargo Do cálice final E o ano acaba No belo repouso De posição fetal.
Eu quero aqui. Agora. Não abro mão dessa condição hoje imposta e aceita. Mas quero o melhor, sem sofrimento. Quero o argumento mais preciso. Desejo o ser mais condicional. Não vou tirar a vida própria. Só recriar o amor. Não fácil, sendo. Mentiras vem Outras vão E ainda creio Nos vários ternos De solidão. Contudo, quem sabe, Um dia outro Complemento tanto E retorno a acreditar Naquela ilusão. Fecho os olhos Sonhando destinos Em cada esquina Em cada passo Analiso os olhos Compasso os calços Imagino muitos E confesso poucos. Mas, um dia, quem sabe Aos largos falsos Um criar avulso Encontro um tanto Um segredo torto. Segredo Torto (L. S. Handa)