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Cavalar

Às vezes uma vontade cavalar de assassinar invade os poros mais abertos. Uma raiva percorre nas veias de sangue sujo, o qual não foi bem filtrado e seguiu pelo corpo. O cérebro entende o pútrido e lança comandos de sentimentos hostis. Os olhos reagem com um vermelho 14 que deixa a visão da vingança, da cólera e da hidrofobia mais lírica. Um martelinho de plástico de criança se tornaria a arma mais letal, de um lúgubre intenso que faz saltar do coração o pulso mais preciso de cirurgião plástico. O golpe certeiro arrebentaria o crânio, explodindo os miolos que voariam como poesias drummondianas. A cena, em slow motion, ficaria armazenada na memória RAM e entraria no TOP 10 do Youtube. Seria como uma direção caprichada de Tarantino.
Após parte da massa cinzenta se esvaindo, a admiração contemplada teria o acompanhamento de um dos melhores amigos de um homem vingativo: o Jack. O Jack Daniels. E cigarros Camel. O gosto de alcatrão e uísque na boca ampliaria o sabor do ato, da arte recém composta com vontade, um pedaço de plástico e sangue. Contudo, antes de traçar um plano brilhante para desovar o cadáver e comemorar tamanha artimanha, um recorte cerebral penetra a consciência das adversidades e lembra: não leve a vida tão a sério, afinal, você não sairá vivo dela.

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Acertos maus

Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.
Para o amor, o bastar O exagero, o gostar A carícia, o acordar O café, o sorrir A voz, sussurrar O beijo, o selo O abraço, o continuar lsH
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.