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Dose. Taquicardia.

Falta uma dose de ousadia. Seja noite, seja dia. Ainda fica um ar meio covarde. Seja hoje, seja tarde. Uma outra vontade que persegue. Seja agora, seja breve. A alegria aparece quando consumo. Seja bosta, seja adubo. Mas é de fé o seguimento. Seja água, seja vento. O sentido é continuar o trajeto. Seja torto, seja reto. Eu quero descobrir o viver. Seja tudo, seja crer. Não quero encontrar um fim. Seja fígado, seja rim. É meio etílico, fazer o quê? Seja vodca, seja saquê. Está ficando meio chato. Seja não, seja fato. Não reclamo da falta. Seja baixa, seja alta. Claro que saudades eu sinto. Seja branco, seja tinto. Mudamos de assunto. Seja falso, seja adjunto. Às vezes fico meio cansado. Seja em pé, seja deitado. Perco a palavra certa. Seja alvo, seja seta. Acerto outro palmo. Seja errado, seja calmo. Tento arrancar o sério. Seja pouco, seja mistério. Confesso que não tenho o mal. Seja sincero, seja fatal. Só procuro aquele bem. Seja agora, seja além. Uma paz que todos querem encontrar. Seja rápido, seja devagar. Por isso às vezes me entrego. Seja tímido, seja ego. E o meu só também encanta. Seja dó, seja tanta. Basta então a ousadia. Seja dose, seja taquicardia.

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Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
Rodopie linda com o seu vestido febril. Deixe as flores atingirem o seu rosto. Dancemos ao som de City Pavement. Fotografemos as faces em frias manhãs. Deitemos de novo em um ninho de edredon. Deslize devagar pelo meu pulso acelerado. Respire meu ar. Um café da manhã em Vênus, acordando em Elizabethtown, como se fosse uma lenda. Ao lado do universo, ninguém tira as nossas chances. Temos sempre mais um habana blues, um tango, uma dança suja. Uma nova canção desesperada para apreciarmos. Um eterno registrado. Cada qual. Cada em si. Em mi maior.