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Insônia


Trata-se de uma complicação sem razões para desfechos, de um quebra-cabeça difícil de encontrar as peças. Fico pensando na melhor equação resultante de soluções, mas me atraco na inconstante falta de noção. Procuro a reflexão entre as imagens de ondas quebrando com um sol laranja de uma beleza californiana. Imagino-me longe, em outras costas. Fantasio outros acordes, de repente. Fecho os olhos e choro um outro domingo perdido. Sons de Take the long way home. Tímpanos perfurados.

Mas não é motivo de tristeza, afinal, a água vai e vem. O salgado é sábio e entende a hora de partir, apesar da insistente maresia que por vezes penetra a retina desatenta. No entanto, é essa a graça do viver, das mazelas, das dicotomias e dos contentamentos.

Uma vez me perguntaram se eu estava feliz. Eu respondi que estava contente. Chamaram-me de bobo, que eu deveria dizer que me encontrava alegre. Sei lá. Indefinições a parte, o fato é o não esquecimento daquele pôr-do-sol do oeste.

Eu tinha pensado em uma desgraça. Em um sumiço, em um contato. A madrugada não mostrou os caminhos. Apenas me transportei mentalmente para aquele lugar que eu nunca fui, sempre sonhei, mesmo com insônia.

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Acertos maus

Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.
Para o amor, o bastar O exagero, o gostar A carícia, o acordar O café, o sorrir A voz, sussurrar O beijo, o selo O abraço, o continuar lsH
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.