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Entre nós dois


Reacredito naquilo que chamam amor. Mergulho no bom sentir das trocas de palavras que para mim são carícias de alívio. Se não conto com o contato, aproveito a falta de tato no aguçar da imaginação. Um dia presente eu encontro, aí sim meu gozo completo será transporte de felicidade. Minha alegria será a sua. Meu sentimento será mais puro. Minha dose será a sua saliva. Meu açoite será o seu verso colado ao meu tímpano. Meu ápice será seu gemido. Meu caos será completo.

O deslizar pelo seu lábio será complemento da minha dormência reprimida, que quero um despertar com o toque da sua mão. Quero me perder em dizeres praticáveis. Vivenciar aquilo que chamam fruto, levantar a sua estima a favor da minha. Quero dois para únicos ficarmos. Quero dois para únicos conseguirmos. Quero dois para seremos cada qual, na personalidade da divisão, juntarmos os corpos no mesmo espaço, dividirmos as mazelas, as horas, as idiossincrasias e os lábios em dois. Dividirmos a cama. Dividirmos a janta, o café e a panqueca. Dividirmos somente entre nós dois. Solamente.

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Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.
Rodopie linda com o seu vestido febril. Deixe as flores atingirem o seu rosto. Dancemos ao som de City Pavement. Fotografemos as faces em frias manhãs. Deitemos de novo em um ninho de edredon. Deslize devagar pelo meu pulso acelerado. Respire meu ar. Um café da manhã em Vênus, acordando em Elizabethtown, como se fosse uma lenda. Ao lado do universo, ninguém tira as nossas chances. Temos sempre mais um habana blues, um tango, uma dança suja. Uma nova canção desesperada para apreciarmos. Um eterno registrado. Cada qual. Cada em si. Em mi maior.
um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).