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retrospecto_2011

Falhei. O início deste ano foi repleto de falhas e uma decepção que me cortou o cerne, jorrando aos prantos um sofrimento que eu achava ser interminável. O fruto da morte percorreu novamente as veias, mas pedi licença para ela, mandando-a embora. Mesmo assim segui viagem e quase surtei em um silêncio terrível que me maltratou as cordas vocais. Lembrei daquele período tristíssimo vivido pela Marina Lima e acabei me identificando ainda mais com o trabalho da cantora. Algumas de suas letras eram lembradas por mim como verdadeiros mantras de alcance para a paz.

Os quatro primeiros meses foram de uma infinidade idiota de melancolia que escorria aos litros pelos canais. A desidratação era plena. O corpo se esvaziou. E, novamente, passei a desconfiar de tudo e de todos. Acreditei que depois daquela decepção, eu nunca mais seria capaz de dividir algo, fosse uma simples conversa ou um abraço camarada.

A turbulência cerebral, controlada a base de muitos medicamentos, a cada hora se tornava pior. Nunca tinha sentido tanta dor desde o falecimento da minha avó. A superação foi surgindo em doses tímidas, graças a muitos conselhos do Google. As lamentações surgiam subjetivas através de textos obscuros e aos poucos fui deixando a casca se quebrar. Mas, mesmo assim, eu precisava tomar uma atitude maior: abandonar o que me mantinha ocupado para trabalhar melhor a mente. Dessa maneira, larguei a sala de aula e fui me tratar, pois um problema de saúde tinha retornado. Esse tempo era e se revelou, mais tarde, extremamente necessário.

Durante este período, alguém acabou se aproveitando da minha fraqueza e, novamente, eu falhei como um garoto que se dedicou nos estudos, porém, falhou no momento da prova por puro nervosismo. Entreguei-me, deixei-me levar por uma pessoa que dizia possuir determinados sentimentos que foram se revelando mentiras. Infelizmente, existia uma outra pessoa no caminho que, involuntariamente, acabei magoando profundamente. Tive uma grande parcela de culpa? Lógico, mas deixo claro que nunca persegui ninguém.


O resto? Fica para o próximo tópico...

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Dois

Do dicionário informal, a palavra "frustante" significa enganar a expectativa, ou seja, uma decepção. Apesar de ter sido uma delícia, no final, você resumiu com o adjetivo o ato. Também fiquei frustado. Mas de uma maneira diferente que a sua.  Como eu queria te satisfazer, não sentir o incômodo que me provocar reação perceptíveis que te deixam como uma lente sem foco, perdido à procura de uma imagem bela. O que eu posso dizer? Perdão. Continuarei conforme a vara for cutucando, até chegar a um acordo. Se você estará até lá comigo, isso não sei dizer. Acendi um cigarro para refletir a respeito, na sacada, admirando a chuva que caia. Pensei seriamente em dar um basta, cada qual cavalgando por estradas diferentes. Será que vale a pena? Sinto a presença do amor. Espero que eu não esteja errado quanto a isso, mesmo com os vários sinais que outrora você imprimiu. Enfim, vamos tentando ser dois. 

Férias

Finalmente curtindo as merecidas férias. O período de descanso é necessário. Aos poucos, estravasso o cheio a fim de alcançar o vazio. E assim vou enchendo novamente os novos cheiros, os novos sentimentos, as novas experiências e as novas mudanças. Tudo acompanhado ao som das ondas do mar, do oceano que banha as costas da Ilha do Mel. É incrível como este lugar me traz vigor, me renova. Por mais que sejam poucos dias, o proveito recicla a vontade de batalhar por mais um ano em um lugar que ainda não me encontro, não me solto, não exploro. Agora é sentar e relaxar o gozo de outras estações, ainda indefinidas nos planos e projetos que ainda não esbocei. Enquanto isso vou aproveitando as músicas que vão fazendo o meu verão. A nova bolacinha do Max de Castro não decepciona. Nem a coletânea do Blur. Mas o som da estação que vigora mesmo é o primeiro CD da Lauryn Hill. Uma delícia. E eu que achei que ia ouvir muito Jack Johnson. Que engano exacerbado. Ainda bem que errei.
É preciso manter os dois olhos atentos, como se estivessem sedentos por sangue, por amor, pela conquista de um novo terreno, mesmo que seja árido, úmido ou magnífico. É necessário duvidar do que o mentor em sala de aula projeta, arquiteta e repassa, como se aquilo não fosse a verdade absoluta, pois existem outras maneiras de se obter as mesmas informações do que entre as quatro paredes. É mandamento, sobretudo, amar tudo o que você entende como essencial para viver e desregar o abismo incrédulo dos preconceitos, independente se você nasceu, se criou e permaneceu em solos repletos da hipérbole do tradicional, do convencional, do puritano e conservador. Mas, é fundamental interpretar.