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retrospectos_2011_2

E então o amor se esfarelou ao sabor de um vento desgraçado, que quase arrancou a minha pele. Respirei fundo e encontrei novamente a fobia que somente os calmantes fizeram desaparecer. Você praticamente destroçou meu cerebelo, me confundiu, me enganou, me iludiu. Se tinha alguma causa, a única foi a maldade.

Tentei compreender a situação e acredito que até tenha conseguido. Naquele dia, ao te encontrar no bar, a sua ignorância arrogante me trouxe certezas que já antes concluídas deram mais vazão. Mesmo assim, desejo que seja feliz.

Passada a situação desagradável, explicações sofisticadas na sala da direção da faculdade e audições calmas das gravações da ouvidoria do seu namorado, refleti, me deram razão, e segui, como sempre.

Novamente, aquela fraqueza se fez presente e toda a carência leonardiana se transportou para os mesmos braços. Idiota eu fui em acreditar que figurinha repetida preencheria o meu álbum. Fiquei o ano todo acreditando que o Shelter do meu braço daria motivos e carinhos satisfatórios. E o que aconteceu? O bonzinho sempre se fode. Me ferrei. Vieram as lágrimas, o lado perdido da vida, aquela sensação sem chão e uma tremenda vontade de pôr fim naquilo que a minha mãe criou com muito amor. Tentei desapegar, não consegui. Fugi, você me procurou. Entreguei-me e fui ferido pelas mesmas mãos que só queriam tocar o meu sexo.

Houve uma época em que eu acreditava na minha força eterna de coração frio. Mas aí 2011 provou o contrário. Recapitulando: um término em plena véspera de viagem a uma ilha paradisíaca e depois um amor acidental com um adolescente confuso que encontrou a sua certeza, de certa forma, me usando. Mais cagado eu não podia estar.

O ano foi passando e certas coisas não quero relembrar. Mas, o ano que iniciou turbulento, após setembro, encontrou os eixos e agora, ao que tudo indica, terá um desfecho sorridente.


Deixamos para o próximo post.

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