Travis no som. Computador no colo. Escuridão no quarto. Luz na cara. Uma vontade de fumar. Preguiça de sair do quarto. Saudades de você. Não tenho mais atenção. Acho que não quer mais nada. Continuo com o pensamento em ti. Vontade de ir ao banheiro. Canção se desenrolando em um solo de guitarra. O escocês continua se lamentando. Penso em você de novo. A cama já está quente. Não vou aguentar. Preciso mijar. Voltei. O sono rebate. Lembro-me do Baudelaire. Não tenho alívio suficiente. Queria seu abraço. Fecho os olhos...
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não. Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.