Boa noite. Café tomado, cigarro fumado e um pensamento atrapalhado. Dias atrás, após assistir "A Concepção", entrei em batalha discursiva com uma amiga. Ela dizia que não curtia filmes sem sentido. Nessa categoria se encaixava o longa-metragem em questão. Como é peculiar da minha personalidade, contestei. Afinal, particularmente, amo a película e o jeito que o José Eduardo Belmonte conta as suas histórias. E não vejo o enredo como sem razão ou objetivo.
Para tentar provar algo, contextualizei com a nossa situação, com o nosso grupo de amizade. No enredo do filme, pessoas lunáticas formam um movimento, cujo nome é o título do longa. A principal regra é: seja uma personalidade nova a cada dia. No nosso caso, não somos assim. Não diariamente como os personagens da ficção. Mas, o que vem à discussão é o fato de que, devido a monotonia, eles montaram algo que todos queriam em comum. E um dia, nós, na realidade, também fizemos, só que menos autoral, menos performático, menos corajoso e menos original. E foi aí que pecamos.