Sentirei sim. Quase como um martírio, seja como for. Os dias mórbidos serão embebidos com vodca. A mesma que esqueci. Queria a leveza dos traços brasilienses, daquele que morreu. Sorte que temos os outros, os perdidos da cidade que procuram abrigo, o dizer tatuado neste braço. De toda maneira, continuarei a sentir. Sou bem carnavalesco. Rodopio, esbravejo, giro aflito, beijo e grito. Tudo interno, tudo em silêncio. Só que não.
Passarei os dias como verbos no gerúndio, vamos continuando, prosseguindo, amando. E nem é um tchau, longe disso, ainda. O meu lado é exagero, sempre fui. Nada comparado com o Cazuza, lógico. Normal. Enquanto isso, fico de boca fechada, de coração apertado, de oração corrompida, de turno alterado, de profundo dissonante, de cortante atmosfera, de esfera fora do ângulo, de rota não planejada só para a melancolia adentrar. Resumindo, sem resumir: sentirei sim.