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Mostrando postagens de julho, 2013
Cá estou. Uma segunda-feira daquelas. Terríveis, como sempre. Não há pior dia da semana. Alguns otimistas me jogam um pouco de incentivo. Nada adianta. Acordei da maneira mais bosta possível, tendo um daqueles ataques de pânico que adoram me maltratar. É muito amor para pouco corpo. Um amor sádico, que nutre o desejo de se instalar em meu cérebro como hospedeiro predileto, como criança que não quer sair do playground. Meu café ficou fraco, meu olho não para quieto, insiste em tremer e não consigo focar em algo que valha a pena. Não se trata de exagero: segunda-feira é sempre o dia do fim do mundo. Sempre acontecem coisas erradas, como o meu café que ficou fraco. Até preferi não fumar um cigarro inteiro pela manhã. Pensei: hoje farei diferente somente para ver se o dia correrá diferente. Por enquanto, nada. Tudo igual. 20 miligramas de fluoxetina no corpo e muita água. São quase 11h. Está resolvendo? Resposta: não. Mas, além desse dia cu, descubro que estou dois quilos mais gordo....
Que tédio.  Alguns dias são simplesmente assim. As horas se arrastam, todo o seu trabalho não passa de pasta de amendoim estragado e um bocejo é a coisa mais animadora que acontece nas últimas duas horas.  A gente sempre pensa que os outros estão melhores. Ou imaginamos onde poderíamos estar caso não estivéssemos sentado nessa cadeira de couro sintético. "Eu estaria na praia de Cumbuco". "Quem sabe eu poderia estar escalando algum Pico do Paraná". "Eu queria estar numa casa do campo, compondo rocks rurais".  No fim, estamos aonde? Na maldita cadeira de couro sintético, digitando algo nesse computador que tem um farelo de bolacha Maria entre as teclas, com fones de ouvido para nos isolarmos de nossos colegas de trabalho e enchendo a boca para dizer que hoje a vida não está legal.  O que você está fazendo para melhorar essa situação? Acabou de se mudar, o condomínio veio no valor errado, você vai pagar a mais pelos outros, por causa da organiz...

Iguais a nós se põe percebido

Na constante dessa hora Vou embora do dessabor E levo comigo o ventilador Porque para onde vou Bate um tremendo calor. O seu sorriso Eu levo na memória Outrora quiséssemos algo Que não fossem apenas lembranças. Você tinha pensado em crianças E percebemos após que seria um erro , Como investimento imobiliário em Portugal Ou emprego rápido na Espanha. Vimos que o equívoco sairia da entranha E tudo, de repente, seria ocasional. Agora visualizamos a casa vazia Os discos em uma caixa de papelão E nos meus braços o Jamelão. Um último beijo , por fim, desistimos E seguimos cada qual um sentimento. O ódio já foi esquecido e, estremecido Tornou-se aquela comodidade Que talvez, somente com a idade, Iguais a nós se põe percebido.