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Mostrando postagens de outubro, 2014
Relacionamentos são complicados. Às vezes não sabemos como agir em determinadas situações. Aí fica aquele silêncio entre o casal. Você não entende o que está acontecendo, não quer perguntar nada e pensa: tudo o que eu disser nesse momento pode voltar em forma de briga. Isso é bem estranho, não? Thiago Pethit, genialmente, cantou que duas pessoas em silêncio sempre dão o que falar. Bingo. Nunca na música atual uma frase soou tão verossímil e sagaz.  Convenhamos que se trata de algo incômodo, que nos enche de interpretações. E, como sabemos, o maior problema dos homens é a imaginação. São tantas coisas que se passam na cabeça, inúmeras viagens à velocidade da luz. É de cortar o coração. Particularmente, perdi o sono com isso. Prefiro ficar acordado a dividir a cama. Dormir com dúvida no relacionamento é uma das piores torturas. Gosto mais de cortar o dedo com folha sulfite. 
Ando meio vazio. Sinto quase um desespero em determinados momentos, com a vontade de engolir uma caneta tinteiro e senti-la explodir em minha garganta. Uma falta de conteúdo me assombra nesse momento, como se o cérebro implorasse por um frescor intelectual. Algo que me tirasse do lugar comum, da maldita zona de conforto a qual me encontro. Mas a solução é única. E ela não virá galopando em um cavalo branco. É necessária uma força maior. Quando adolescente, lembro-me de uma cabeça mergulhada em leituras e poesias (mórbidas, confesso) que arregaçavam certas peripécias experimentais. Eu vivia envolto numa bolha extraordinária de paixão pelo desconhecido, sempre a procura de novos sabores, fossem quaisquer um, de universos paralelos, laterais, prosaicos, arcaicos, hiperbólicos e, até então, idiossincráticos. Era lindo. Quando uma nova canção era descoberta pelos sedentos tímpanos, o corpo todo entrava em um transe estapafúrdio. O primeiro contato com Sonic Youth foi devastador. As con...
Hoje eu senti saudade da solidão. Algumas pessoas temem isso com devoção. Aos 15, me imaginava um adulto solitário, vagando o mundo meio sem rumo, ao sabor de algo que ainda não sei o que é. Com o passar dos anos, acabei fazendo bons amigos e me viciei em pessoas, de todos os tipos, credos, cores, sentimentos e idiossincrasias. Mas foi um ex-namorado que começou a me despertar o medo de ficar sempre só. Por culpa dele vieram as fobias, as síndromes e a depressão. E aquela coisa que eu sentia ser romântica na adolescência, começou a se tornar doença. E, estranhamente, hoje senti saudade da solidão. Eu vejo que às vezes me desentendo com as pessoas, pois nem sempre concordo com elas. Ou, quem sabe, não deixo claro minha opinião que, por vezes, confesso, é repleta de nebulosidade. Sempre fui adepto do subjetivismo e gosto de pensar que todo mundo deve interpretar qualquer coisa, seja um comentário, uma música, uma situação. Tudo deve ser analisado. No entanto, alguns possuem uma preguiça...