Pular para o conteúdo principal
Hoje eu senti saudade da solidão. Algumas pessoas temem isso com devoção. Aos 15, me imaginava um adulto solitário, vagando o mundo meio sem rumo, ao sabor de algo que ainda não sei o que é. Com o passar dos anos, acabei fazendo bons amigos e me viciei em pessoas, de todos os tipos, credos, cores, sentimentos e idiossincrasias. Mas foi um ex-namorado que começou a me despertar o medo de ficar sempre só. Por culpa dele vieram as fobias, as síndromes e a depressão. E aquela coisa que eu sentia ser romântica na adolescência, começou a se tornar doença. E, estranhamente, hoje senti saudade da solidão.
Eu vejo que às vezes me desentendo com as pessoas, pois nem sempre concordo com elas. Ou, quem sabe, não deixo claro minha opinião que, por vezes, confesso, é repleta de nebulosidade. Sempre fui adepto do subjetivismo e gosto de pensar que todo mundo deve interpretar qualquer coisa, seja um comentário, uma música, uma situação. Tudo deve ser analisado. No entanto, alguns possuem uma preguiça tão horripilante que chega a causar certo nojo. Sinto-me um pouco culpado de observar as coisas assim. Alimento isso e, de certa maneira, esse negócio não é bom para minha saúde mental, que é bem debilitada.
Mas, voltando à solidão, quero acrescentar a vontade que me assombra de maneira bonita: o silêncio. Após os 30, comecei a ficar muito impaciente com os ruídos, algo bem joaogilbertiano. A confusão, outrora, me fazia um danado contentar. Atualmente, dá vontade de arrancar os tímpanos com o barulho de terceiros. Essa característica tem se tornado birra e ódio depois que resolvi largar o lar dos meus pais e a me aventurar em carreira solo. E, agora encerro por aqui a reflexão: momentos de solidão eu necessito.

Postagens mais visitadas deste blog

Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
Alguém me disse que uma das melhores coisas para se esquecer um amor é escrevendo sobre ele, analisando os fatos. Não sei dizer se isso é verdade, mas sei que dói. Tenho quase 30 anos e já tive desilusões amorosas e confesso: as outras foram mais fáceis. Certa vez um amigo comentou que só existe um grande amor na vida. E eu passei a acreditar nisso. Muitos profissionais dessa área, afinal, praticar o amor é viver em sofrimento e dedicação trabalhista, procuram no bar mais próximo o método para esquecer o momento do rompimento. Eu não tive essa oportunidade, pois o bar mais próximo era muito, mas muito longe. O detalhe é que o rompimento aconteceu na casa da pessoa que até então se declarava, que dizia: depois de tudo o que passamos, terminarmos seria um erro. Puta merda! Tem ideia de como me sinto quando lembro dessa frase? Quando isso acontece, logo me vem à cabeça os bens materiais. Por que gastei? Para que comprar um perfume tão caro? Para reconquistar? Sim, e olha no que deu. E a c...