Pular para o conteúdo principal

Juntos

Início da manhã. Sexta-feira. Pato Branco está em um clima Silent Hill. Parece que uma névoa adormecida por muitos anos acordou de um sono profundo. Tudo está úmido. As paredes do quarto onde estou parecem chorar. Os vidros da janela transpiram tristeza. E, no sonzinho, aquela banda que você não curte muito. A voz anasalada me conforta. Em alguns momentos, ela grita diretamente ao meu coração. Tenho tanta vontade de lacrimar, só para acompanhar a umidade do ambiente. É nesse momento que sinto uma saudade absurda, uma carência profunda e uma culpa tremenda pela semi-traição. Logo eu, um desafeto total do ato. Logo eu, um lorde do odiar dessa ação. Logo eu, que faz odes aos adeptos da vira-casaca. Maldito erro cometido em um final de semana longe do seu amor. 
Como eu queria ter as palavras certas para expressar o meu arrependimento. Eu, que mexo com elas, não sei qual usá-las. Todo o acúmulo, indicado cada qual por você, não pode se tornar cúmulos. É claro que entendo suas indignações. Mas tenha um pouco de dó. De fá, de sol e de lá. Ainda quero construir novas canções ao seu lado. Como eu quero dividir mais momentos. Como eu quero ser conforto para seus sofrimentos. Não seja tão terrível, não calcule o seu ódio com as somas dos nossos equívocos. Acredito que podemos superar tudo. Juntos.

Postagens mais visitadas deste blog

Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
Alguém me disse que uma das melhores coisas para se esquecer um amor é escrevendo sobre ele, analisando os fatos. Não sei dizer se isso é verdade, mas sei que dói. Tenho quase 30 anos e já tive desilusões amorosas e confesso: as outras foram mais fáceis. Certa vez um amigo comentou que só existe um grande amor na vida. E eu passei a acreditar nisso. Muitos profissionais dessa área, afinal, praticar o amor é viver em sofrimento e dedicação trabalhista, procuram no bar mais próximo o método para esquecer o momento do rompimento. Eu não tive essa oportunidade, pois o bar mais próximo era muito, mas muito longe. O detalhe é que o rompimento aconteceu na casa da pessoa que até então se declarava, que dizia: depois de tudo o que passamos, terminarmos seria um erro. Puta merda! Tem ideia de como me sinto quando lembro dessa frase? Quando isso acontece, logo me vem à cabeça os bens materiais. Por que gastei? Para que comprar um perfume tão caro? Para reconquistar? Sim, e olha no que deu. E a c...