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Juntos

Início da manhã. Sexta-feira. Pato Branco está em um clima Silent Hill. Parece que uma névoa adormecida por muitos anos acordou de um sono profundo. Tudo está úmido. As paredes do quarto onde estou parecem chorar. Os vidros da janela transpiram tristeza. E, no sonzinho, aquela banda que você não curte muito. A voz anasalada me conforta. Em alguns momentos, ela grita diretamente ao meu coração. Tenho tanta vontade de lacrimar, só para acompanhar a umidade do ambiente. É nesse momento que sinto uma saudade absurda, uma carência profunda e uma culpa tremenda pela semi-traição. Logo eu, um desafeto total do ato. Logo eu, um lorde do odiar dessa ação. Logo eu, que faz odes aos adeptos da vira-casaca. Maldito erro cometido em um final de semana longe do seu amor. 
Como eu queria ter as palavras certas para expressar o meu arrependimento. Eu, que mexo com elas, não sei qual usá-las. Todo o acúmulo, indicado cada qual por você, não pode se tornar cúmulos. É claro que entendo suas indignações. Mas tenha um pouco de dó. De fá, de sol e de lá. Ainda quero construir novas canções ao seu lado. Como eu quero dividir mais momentos. Como eu quero ser conforto para seus sofrimentos. Não seja tão terrível, não calcule o seu ódio com as somas dos nossos equívocos. Acredito que podemos superar tudo. Juntos.

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Acertos maus

Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.
Para o amor, o bastar O exagero, o gostar A carícia, o acordar O café, o sorrir A voz, sussurrar O beijo, o selo O abraço, o continuar lsH
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.