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Vazio


Ando vazio. E o que é vazio não para em pé. Mas, como continuo? Penso a respeito e não encontro respostas. Cada vez mais tenho incertezas. Não me esforço, confesso, para acertar o alvo. Apenas repenso os meus erros. Foram vários. De alguns, aprendi algo. De outros, aprendi a ser vago. Mesmo assim, continuo.

O mais grave fará um ano. 

Quando o amor estava presente, apesar dos problemas de um relacionamento amoroso, as coisas estavam nos trilhos. Fui fraco e me deixei cair na tentação facebookiana. Nosso namoro não estava perfeito, contudo, continuava lindo aos meus olhos. Todo o apoio necessário que eu podia oferecer era fortalecido. Tinha uma questão sexual grave, aos olhos do meu parceiro, que o incomodava muito. E a mim também. Teve tentativas para mudar essa situação. Mas o que era para ser prazer, para mim, era apenas dor. E, apesar da compreensão, isso foi o catalisador  do fim. 

Enfim, voltando. Cai no conto mais falcatrua, no clichê mais básico, na falácia de uma possível traição, logo ela, a mais abismal das manifestações humanas. Eu sempre a critiquei. Continuo achando que é o tapa mais dolorido. Não cheguei a cometê-lo fisicamente, porém, digitalmente fui fraco. Pedi, confesso, e recebi fotos pornográficas. Tive conversas pornográficas. Correspondi pornograficamente. E o homem que eu amo (sim, ainda o sentimento permanece) descobriu. Talvez de maneira não honesta, pois tinha a minha senha da rede social, com um grande detalhe: eu nunca tive conhecimento de que ele tinha o meu código de acesso. Nunca. 

O que aconteceu? Uma conversa desagradável, a falta de argumento da minha parte, a falta de inteligência de ambos e o término, bem doloroso, diga-se de passagem. Quando ele retornou para casa, pois estava na residência dos pais, no Rio Grande do Sul, eu fui um verme. Entretanto, se eu não tentasse através de fiascos sentimentais, eu carregaria a falta de tentativas pelo resto da minha vida. 

Depois de ser vencido pelo cansaço, restou o abraço, o beijo e o tchau. Ainda fiz questão de levá-lo à rodoviária. Até hoje tenho calafrios quando vou lá, já que o local acabou me deixando traumas por causa da cena de despedida. Não queria ter ouvido um eu te amo naquele momento. Mas ouvi, pois era o sentimento de ambos. Não respondi, virei o rosto e fui para o carro. E, desde então, ando vazio. 

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Dois

Do dicionário informal, a palavra "frustante" significa enganar a expectativa, ou seja, uma decepção. Apesar de ter sido uma delícia, no final, você resumiu com o adjetivo o ato. Também fiquei frustado. Mas de uma maneira diferente que a sua.  Como eu queria te satisfazer, não sentir o incômodo que me provocar reação perceptíveis que te deixam como uma lente sem foco, perdido à procura de uma imagem bela. O que eu posso dizer? Perdão. Continuarei conforme a vara for cutucando, até chegar a um acordo. Se você estará até lá comigo, isso não sei dizer. Acendi um cigarro para refletir a respeito, na sacada, admirando a chuva que caia. Pensei seriamente em dar um basta, cada qual cavalgando por estradas diferentes. Será que vale a pena? Sinto a presença do amor. Espero que eu não esteja errado quanto a isso, mesmo com os vários sinais que outrora você imprimiu. Enfim, vamos tentando ser dois. 

Férias

Finalmente curtindo as merecidas férias. O período de descanso é necessário. Aos poucos, estravasso o cheio a fim de alcançar o vazio. E assim vou enchendo novamente os novos cheiros, os novos sentimentos, as novas experiências e as novas mudanças. Tudo acompanhado ao som das ondas do mar, do oceano que banha as costas da Ilha do Mel. É incrível como este lugar me traz vigor, me renova. Por mais que sejam poucos dias, o proveito recicla a vontade de batalhar por mais um ano em um lugar que ainda não me encontro, não me solto, não exploro. Agora é sentar e relaxar o gozo de outras estações, ainda indefinidas nos planos e projetos que ainda não esbocei. Enquanto isso vou aproveitando as músicas que vão fazendo o meu verão. A nova bolacinha do Max de Castro não decepciona. Nem a coletânea do Blur. Mas o som da estação que vigora mesmo é o primeiro CD da Lauryn Hill. Uma delícia. E eu que achei que ia ouvir muito Jack Johnson. Que engano exacerbado. Ainda bem que errei.
É preciso manter os dois olhos atentos, como se estivessem sedentos por sangue, por amor, pela conquista de um novo terreno, mesmo que seja árido, úmido ou magnífico. É necessário duvidar do que o mentor em sala de aula projeta, arquiteta e repassa, como se aquilo não fosse a verdade absoluta, pois existem outras maneiras de se obter as mesmas informações do que entre as quatro paredes. É mandamento, sobretudo, amar tudo o que você entende como essencial para viver e desregar o abismo incrédulo dos preconceitos, independente se você nasceu, se criou e permaneceu em solos repletos da hipérbole do tradicional, do convencional, do puritano e conservador. Mas, é fundamental interpretar.