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Norte

Eu deixo você entrar
Desde que acompanhado
Daquilo que chamamos amar.
Não precisamos de muito além
Certas coisas, encontramos por aí
Um pedaço de pão, um álcool lá
Uma cigarrilha outrora
Embora eu perceba acolá
Já que a tosse chega bem
Mas levamos conforme vem.
Os dias podem ser iguais
Observando o tempo presente,
Sei que não pedimos muito
O resto o imposto já levou.
Tenhamos um pouco de ausente
Afinal queremos a solidão
Somente para que os períodos
Venham mais carentes
Para então matá-los
Com aquele gosto forte
Que encontramos no norte.
Não precisamos de muito quem,
O nosso qual é o suficiente
Aliás, sempre com, seguimos constante.
Não duvidamos dos poréns
Eles pairam no dia-a-dia
Todavia diluídos vão
Desde que tenham companhia.
Leonardo Silveira Handa

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Fim

  É tanto vazio nesse espaço cheio É tanto desamor nesse amor É tanta sofrência nessa alegria É tanta felicidade nessa tristeza É tanto amigo nessa solidão É tanta falsidade nessa realidade É tanta falta nessa plenitude É tanto concreto nesse verde É tanta abstinência nessa bebida É tanto início nesse fim.

Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.
Rodopie linda com o seu vestido febril. Deixe as flores atingirem o seu rosto. Dancemos ao som de City Pavement. Fotografemos as faces em frias manhãs. Deitemos de novo em um ninho de edredon. Deslize devagar pelo meu pulso acelerado. Respire meu ar. Um café da manhã em Vênus, acordando em Elizabethtown, como se fosse uma lenda. Ao lado do universo, ninguém tira as nossas chances. Temos sempre mais um habana blues, um tango, uma dança suja. Uma nova canção desesperada para apreciarmos. Um eterno registrado. Cada qual. Cada em si. Em mi maior.