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Sexta-feira Santa

Faço algo para me distrair. 
Espantar essa coisa coisada nos olhos. 
Esse líquido de sono que escorre. 

Esse bocejo que não me socorre.
Faz tempo que penso em algo para me consumir.
Uma ira aguda na garganta. Um tiro na narina. Um barco sem marina.
Fico um bom período sem imaginar.
Mas insiste um sonho.
Um furo no peito.
Um espaço sem leito.
Frasco vazio está presente no momento.
Um moinho sem vento.
Nordeste sem sertão.
Gaúcho sem chimarrão.
Fracasso é o perceber do agora.
Comemoração sem vitória,
sonho sem dormir,
coração sem sangue,
lábios sem sorrir.

lsH

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Acertos maus

Contato ausente Em pele quente Que arde dor De passado beijo Desfeito antes Recriado oposto Delicado gosto. Mentira exposta Na boca torta De beleza oca E fala morta Que acabou O amor incerto De brigas boas, Acertos maus, Vontades outras, Saudades poucas. Ainda há bem Outrora ruim Um desejo em mim De tragar o fim Engolindo gim.
Para o amor, o bastar O exagero, o gostar A carícia, o acordar O café, o sorrir A voz, sussurrar O beijo, o selo O abraço, o continuar lsH
Patti Smith me dá razão nesta madrugada. Tentei ser, pelo menos, amigável, mas confesso que fui um pouco falso, torcendo para que não aconteça o que você tanto quer. Acendi meu cigarro e fiquei pensando: para que ser assim? Vou ganhar alguma coisa? Não. De maneira alguma. Talvez eu esteja cansado de ser o bom das histórias. Um grande amigo meu, certa vez, me disse: Léo, o problema é que você é muito bonzinho. Não é exatamente isso que as pessoas as quais nos apaixonamos querem? No meu caso, parece que não.  Por isso que agora a Patti me dá razão, principalmente por causa dos versos: "i was thinking about what a friend had said, i was hoping it was a lie". Sim, eu me sinto culpado de ser o bom da história. Se isso acontece, se de fato sou assim, por que sou chutado? Pois é... Think about.