Porque o amor é entrega e recebimento. É açoite, mas é lirismo. Não é
dor no início, é alívio. Só se fores virgem. Porque amor é metade cheio e
metade vazio. Porque é razão e vazão. Também é introdução, argumentação
e fim. É dissertação de vestibular. É conclusão de curso, é tese de
doutorado. Porque amor é bom e ruim, mas se percebe, contudo, que é
explosão de sentimentos. É tarefa para bem-humorados. Não pode ser
forçado. Porque amor é sinceridade, é intimidade. São besteiras
compartilhadas. Um peido que escapou debaixo das cobertas, uma remela
matinal no olho ou pelinhos no nariz. Amor é cuidado e descuidado. É
continuado e descontinuado. Porque tem sorrisos, lágrimas, beijos e
abraços. Porque é aquela música que marca um momento, de Ting Tings a
Cícero. É canção brega que toca em rádio AM. É Odair José, Ariano
Suassuna, e.e. Cummings, Grazi Massafera, Roberto e Erasmo Carlos, Bee
Gees, Jesus Cristo, Armando Nogueira e Chicholina. Porque amor é
orgasmo, é coito interrompido e broxada. Amor é ferida, é casquinha, é
cicatriz, é cura e acalanto. É fruto e mordida.
um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).