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Crises

Para tudo o que eu faço, fico nervoso antes de iniciar. Não consigo mais relaxar quando acordado, somente dormindo. E tenho dormido muito. A vida desacordado tem sido a fuga mais perfeita para as crises de pânico que sinto ultimamente. Tenho sobrevivido, mas está sendo um martírio. Desculpe utilizar essa palavra gratuitamente, pois não fiz nada de tão relevante assim no alto dos meus 37 anos. 
Meu coração dispara, procuro me concentrar na minha respiração e não pirar. Não tenho conseguido totalmente nos dias atuais. Confesso que já fui muito melhor no autocontrole, hoje ele parece um lixo em decomposição. Antigamente, eu me orgulhava tanto em conseguir me manter seguro mesmo em uma situação de calamidade. Mas meu cérebro está tão derretido de tantas crises que meus neurônios só me mandam sinais negativos. É como eu não fosse eu. Estou perdendo, aos poucos, o melhor de mim, o melhor da vida, o melhor do gozar, o melhor do amor-próprio. 
Acredito muito nesse lance de energia. O meu corpo é capaz de uma auto-cura, porém, só tem sido auto-currado. Um horror. A baixa frequência na minha bateria tem atrapalhado até no simples ato de dirigir um carro. Ontem fiquei apavorado, mal consegui guardá-lo na garagem. Não quero que isso aconteça nunca mais.    

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Dois

Do dicionário informal, a palavra "frustante" significa enganar a expectativa, ou seja, uma decepção. Apesar de ter sido uma delícia, no final, você resumiu com o adjetivo o ato. Também fiquei frustado. Mas de uma maneira diferente que a sua.  Como eu queria te satisfazer, não sentir o incômodo que me provocar reação perceptíveis que te deixam como uma lente sem foco, perdido à procura de uma imagem bela. O que eu posso dizer? Perdão. Continuarei conforme a vara for cutucando, até chegar a um acordo. Se você estará até lá comigo, isso não sei dizer. Acendi um cigarro para refletir a respeito, na sacada, admirando a chuva que caia. Pensei seriamente em dar um basta, cada qual cavalgando por estradas diferentes. Será que vale a pena? Sinto a presença do amor. Espero que eu não esteja errado quanto a isso, mesmo com os vários sinais que outrora você imprimiu. Enfim, vamos tentando ser dois. 
É preciso manter os dois olhos atentos, como se estivessem sedentos por sangue, por amor, pela conquista de um novo terreno, mesmo que seja árido, úmido ou magnífico. É necessário duvidar do que o mentor em sala de aula projeta, arquiteta e repassa, como se aquilo não fosse a verdade absoluta, pois existem outras maneiras de se obter as mesmas informações do que entre as quatro paredes. É mandamento, sobretudo, amar tudo o que você entende como essencial para viver e desregar o abismo incrédulo dos preconceitos, independente se você nasceu, se criou e permaneceu em solos repletos da hipérbole do tradicional, do convencional, do puritano e conservador. Mas, é fundamental interpretar.

Ah! Que pena Radiophonics

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