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Black Dog

Eu também alimento um,
Admito.
Mas eu preciso de dias assim
Para, enfim,
Lembrar que sobrevivo.
Eu queria, na realidade, um sobreaviso
De que a vida
É muito mais do que isso.
Eu tento, eu aguento
E de novo alimento.
Eu corro da sua mordida
Mesmo em certos dias
Ser abocanhado.
Eu me perco na corrida
E me abraço em manias
Apesar de errado.
Alguns meses se parecessem
Com o fim do mundo
E eu recordo dos sorrisos que me acompanham.
Deixo seu caráter passar fome
E conforme vai passando
Eu traço outro presente
Independente do passado.
Um dia, eu sei, apesar de difícil
Seu olhar de esfomeado
Será acalanto sem quebranto
Mas até lá, se eu me entregar
Não quero ser eu
Que continuará te alimentar.
lsH

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um gole de derrota nesse asco. um casco entre as unhas, colabora. o copo quebrado acumula pó e o nó na garganta é charme. a calma quer explodir em caos para um fundo em furo se enfurecer na poética dissonante de um crescente anoitecer. mencionado antes, agora exposto "o mundo está duas doses abaixo" por mais que às vezes, acima, recria o oposto da colocação. então, não tenha medo hora ou cedo o coração padece e merece um aproveitar que tenha como fim o sorrir. (mas não acontece).

Fim

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Oportuno

Os dias frenéticos me interropem os prazeres. Os pequenos detalhes seguem despercebidos, Nem a velha canção funciona e não emociona. As horas estão lotadas neste pensamento aflito. Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo. Faço do coração apenas um pulso de sangue E não vejo que de fato ele quer uma percepção. Eu passo um risco no instante que quero. Preciso de calma mesmo querendo o agito. Fico aos nervos quando necessito de paz. Recorro à memória e me sinto traindo. Nos segundos falecidos eu vejo a derrota E amplio com dicotomia, pois não é a verdade. Trato o acaso como um passado empoeirado E reflito neste pouco que nada está atrasado. Tudo se trata de período contido Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.